Por Amadeu Garrido de Paula*
Toda palavra é uma cruz
que arranhou os ombros
as costas dos que sem luz
saltavam sobre escombros
sílabas que se ungiam no ar
uniam os humanos na selva
depois as planícies, o mar
os gestos e os signos, a relva
Não mais só trocaram carícias
sons emergiram de um plano
traçado por cérebros e malícias
de dizer, de amar e de engano
Vieram, pois, as línguas, as regras,
as sintaxes, as concordâncias,
as combinações que machucam
as entrâncias, hoje a literatura e as primaveras.
*Amadeu Garrido de Paula, é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.