A Temperança E A Prudência

temperança e prudência

A nota emitida pelo eminente Procurador-Geral da República, Dr. Augusto Aras, no último dia 19 de Janeiro, esclarecendo à população, e advertindo aos desavisados, sobre a atuação do Ministério Público Federal nos dias que seguem, lembra a todos que “… é tempo de temperança e prudência, em prol da estabilidade institucional.”

A temperança e a prudência, consoante observa o célebre escritor C.S. Lewis, renomado professor das Universidades de Cambridge e Oxford, inserem-se, ao lado da justiça e da fortaleza, no seleto rol das quatro virtudes cardeais, porque cruciais para todas as pessoas civilizadas, independente da religião que professem ou dos códigos morais e legais que obedeçam. São, por assim dizer, utilizando uma expressão notabilizada pela inolvidável filósofa Hannah Arendt, virtudes inerentes à nossa “condição humana”, que nos tornam tão próximos e tão semelhantes na afirmação da nossa humanidade.

A temperança, cujo significado estrito foi equivocadamente reduzido para “abstinência de bebidas alcoólicas ou alimentos”, na verdade, desde tempos antigos, filosoficamente sempre se referiu à moderação na conduta, buscando-se agir, na medida certa, sem ultrapassar os limites do moral e legalmente aceitável. Ora, justamente isto nos suscita o eminente Procurador-Geral da República, Dr. Aras, com o agravante de que, no caso, visa-se proteger, destaca ele, à estabilidade das nossas instituições.

A prudência, por sua vez, continua C.S.Lewis, “significa o bom e prático bom senso, dar-se ao trabalho de pensar antes de agir e refletir sobre as prováveis consequências de nossas ações”. Ora, será que pede, o nobre PGR, em demasia? Afinal, não devem os preclaros cidadãos da politeia grega, agir prudentemente, sobretudo, quando se tratam dos denominados negócios de Estado?

Ora, mas se age tão bem, o ínclito PGR, o que tanto apavora os renitentes críticos do seu posicionamento institucional?

Ainda que a resposta exata dependa sempre dos inúmeros interesses contrariados, não é exagero supor que a intemperança e a imprudência, infelizmente, continuam a serem as maiores conselheiras de importantes homens públicos da Nação.

Paulo de Tarso

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