Foi a partir da carência de um espaço cultural em Simões Filho, cidade da região metropolitana de Salvador, que a ideia surgiu. Durante o dia de ontem (11), artistas da cidade se reuniram para transformar a escada que liga a Av Elmo Serejo e a rua Ver. João de Oliveira Campos – no bairro Cia 1 – em museu: o Museu de Arte de Simões Filho (Masf).
“Foi um dia lindo. A gente chegou, fez a limpeza do espaço e aí depois todo mundo começou a pintar. Não tinha nenhuma regra, a ideia era que cada um pudesse se expressar de forma livre. Fomos pintando de forma muito orgânica e chegamos a esse resultado”, conta o artista e designer Augusto Leal, um dos idealizadores do museu inovador.
A ideia é que a escada funcione como um espaço de recepção de arte, da forma mais orgânica possível. Além de sempre ganhar pinturas diferentes, a escada também vai ser palco das mais diversas atividades artísticas. “Vamos sempre ativar o espaço com atividades artísticas variadas. Vai ter música, poesia, teatro, fotografia. O que surgir”, explica Augusto.
O espaço promete agradar e atender à necessidade de artistas e moradores locais. “Muitos artistas daqui que têm trabalhos maravilhosos acabam não tendo um espaço para expôr seus trabalhos, assim como a população acaba não tendo esse espaço para consumir arte. A rua se torna esse espaço de produção para a gente, se torna palco, museu, escola, galeria. Até mesmo porque os espaços culturais têm a questão do acesso, do custo financeiro mesmo”, destaca Augusto.
“Pensar o museu da cidade de Simões Filho na rua é, antes de mais nada, uma revolta estética”, coloca o artista Luis Santos, que participou da ação. “O Masf é um sonho coletivo. Para mim, é mais que um museu, pois guardará memórias coletivas, ressignificando o espaço urbano, que deixa de ser somente uma via de acesso entre duas ruas”, completa o artista Jó Oliveira.
