Aumenta calote em condomínios de Salvador

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As ações de cobrança sobre inadimplências no pagamento de condomínios cresceram de modo significativo entre os meses de julho e agosto, em Salvador, alcançando alta de 29,5%. Foram 848 no mês passado contra 655 em julho. Com a média de 623 casos mensais, o acumulado este ano já alcança as 5.056 cobranças judiciais. O número, contudo, não supera o registrado em 2014, para o mesmo período de janeiro a agosto, quando alcançou 628 ações por mês na Justiça.

Conforme o presidente do sindicato dos administradores de condomínios (Secovi-BA), Kelsor Fernandes, ao jornal Tribuna da Bahia, “diante do aumento das taxas de energia, água e pessoal, já era esperado que ocorresse um aumento na inadimplência”. Ele considerou inevitável a judicialização da cobrança, “sob pena de os condomínios serem inviabilizados”. O que mais tem provocado esse tipo de demanda, conforme Fernandes é a “impossibilidade de se efetuar acordo ou de se conseguir que acordos firmados sejam cumpridos, porque os síndicos só recorrem à Justiça quando as diversas tentativas de negociar o pagamento da taxa condominial não obtêm êxito”.

As obrigações sociais com pessoal, segundo o presidente do Secovi, “são as que mais oneram o condomínio, na medida em que compreendem cerca de 60% das despesas”. O último reajuste para o setor, que envolve porteiros, serventes e outros, ocorreu em janeiro, “quando foi negociada a reposição da inflação, com base no INPC- Índice Nacional de Preços ao Consumidor, na época acima de 7%, e um pequeno ganho real de 1%, alcançando 8%”.

Fernandes acredita ser “impossível manter o índice nas negociações de reajuste de pessoal, a partir de 2016”, e chegou a estipular que, “do contrário o desemprego será grande no setor condominial”. De todo modo, ele disse que o sindicato ainda não está analisando novos parâmetros que venham a ser adotados para balizar o futuro reajuste em janeiro, data base da categoria.

A segunda despesa mais elevada dos condomínios, segundo o presidente do Secovi, é “a conta de consumo de água e esgoto” que, chegou a estipular “em torno dos 20%” do que é cobrado aos moradores. Nesse sentido, Fernandes disse que a individualização da água tem sido uma tendência fortemente trabalhada pelos síndicos. “Só não se concretiza quando não é aprovada pela assembleia ou não existe a possibilidade de reforma na estrutura hidráulica do prédio”. Sobre o consumo de energia, ele mencionou as lâmpadas de leds e sensores de luz, como “recursos aos quais os síndicos têm recorrido no propósito de reduzir a conta de energia elétrica”.

Com 9 mil condomínios que pagam contribuição sindical em Salvador, o presidente do Secovi, disse “não ter como mensurar o perfil da inadimplência por bairros”. Fernandes considerou que “nossa classe média está espalhada por toda a cidade”. Sobre os frequentes casos de manutenção que incidem sobre os equipamentos dos condomínios, salientou serem feitas por taxas extras, “pois a taxa condominial é basicamente para as despesas com as tarifas de pessoal, água, luz e gás”. De todo modo, ele disse que alguns síndicos adotam um “fundo de reserva”, estipulado “entre 5% a 10%, em caixa à parte, para suprir despesas emergenciais”.

Com informações do site do jornal Tribuna da Bahia.

Foto de capa extraída do site Cabula City.

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