Bahia está fora do horário de verão

salvadorbahiabrasil.com
salvadorbahiabrasil.com

O governo do estado vai manter a Bahia fora do horário de verão. A notícia foi confirmada nesta quinta-feira (3) pela assessoria de comunicação do governador Rui Costa, que, pela primeira vez, enfrenta a pressão das entidades empresariais em relação à questão. Os empresários baianos pressionaram o chefe do executivo estadual alegando que a adoção de medida seria boa para a economia baiana por mantê-la em sintonia com São Paulo, principal centro financeiro do país.

Ainda assim, o Fórum Empresarial da Bahia, juntamente com as federações da Indústria e Comércio, tentam reverter a decisão antes do dia 18 de outubro, quando os ponteiros dos relógios nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem ser adiantados em uma hora. Conforme o jornal A Tarde, o presidente do Fórum Empresarial, Victor Ventin, já teria até entregue ao governador e aos secretários de Turismo, Nelson Pelegrino, e de Desenvolvimento Econômico, Jorge Hereda, uma exposição com 19 motivos que sustentariam o pleito do setor produtivo baiano.

A resposta do estado, entretanto, foi enfática: “O governo entende como legítima a cobrança das classes empresariais, assim como das classes trabalhadoras que, por meio dos sindicatos, manifestaram-se, por outro lado, contra a adoção do horário de verão”, diz o secretário estadual de Comunicação, André Curvelo.

Impasse

Conforme ele, diante do impasse, o governo escolheu aceitar a decisão da maioria populacional, que rejeita o horário de verão, criado para economizar energia. A medida baseia-se em “pesquisas internas” que teriam apontado que 72% da população é contra a adoção da medida na Bahia. “As alegações de sincronia de horários com o centro financeiro do país não fazem sentido num mundo globalizado onde os países mantêm relações comerciantes e financeiras uns com os outros, mesmo tendo fusos horários diferentes”, alega assessoria de Rui Costa.

“Não podemos nos comparar com as barreiras diárias das transações internacionais, pois estas representam menos de 20% das atividades do país que, em sua grande maioria, portanto, é dependente de negócios internos que passam pelo maior centro produtivo do país”, rebate Ventin.

Ele entende que o resultado da pesquisa é fruto da falta de informação das pessoas: “Em um dos 19 pontos que apontamos mostramos que o receio das pessoas refere-se à sensação de maior insegurança durante a manhã onde estaria escuro, mas pesquisas também mostram que o nível de luminosidade no período é igual ao do mês de julho, assim como aponta levantamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania de que a maioria dos assaltos ocorre mais no final do dia, justamente quando o trabalhador poderia sair com mais luminosidade do trabalho”, diz.

Já o presidente da Federação do Comércio, Carlos Andrade, afirma que, além da ausência de sincronia nas relações comerciais e financeiras com o Sudeste, as vendas locais também são prejudicadas. “O dia fica maior, permitindo as pessoas comprarem mais no entardecer”, pontua. “É uma pena que a população não esteja devidamente informada sobre as vantagens para a Bahia”, declara Andrade.

Medida foi adotada pela primeira vez em 1931

O horário de verão no Brasil foi adotado pela primeira vez em 1º de outubro de 1931, abrangendo todo o território nacional. Houve épocas em que a medida foi considerada desnecessária para a economia de energia, mas desde 1985 voltou a ser praticada anualmente, tendo, a princípio, a participação da Bahia.

Desde 2011, entretanto, o estado deixou de integrar a área de adoção do horário especial. Foi alegado, à época, que até pela posição geográfica, a economia de energia gerada com a medida não compensava diante da insatisfação da sociedade.

Desde então, o empresariado baiano tenta provar que a população não é devidamente informada dos prejuízos políticos e econômicos gerados com a diferença em uma hora do horário em relação às regiões Sul, Sudeste e o Distrito Federal. O sentimento de insegurança apontado acabou ganhando maior peso nas decisões dos gestores até então.

Balanço

O horário de verão 2014-2015 reduziu o consumo de energia em cerca de 200 MW médios no subsistema SE/CO, que equivale ao consumo mensal médio da cidade de Brasília, e 65 MW médios no subsistema Sul, equivalente ao consumo mensal médio de Florianópolis. A redução total de 265 MW médios corresponde a um percentual estimado de 0,5%, nos dois subsistemas.

Com informações do site do jornal A Tarde.

Foto de capa extraída do site: salvadorbahiabrasil.com.

Outras Notícias