Bahia tem caso de reinfecção do novo coronavírus com variante encontrada na África do Sul

Foto : Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
Foto : Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Uma pesquisa do Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa (IDOR) e do Hospital São Rafael, em Salvador, detectou um caso de reinfecção do novo coronavírus no Brasil com uma mutação equivalente à que foi encontrada na África do Sul e tem maior capacidade de infectar. O caso foi confirmado pelo governo da Bahia.

A pesquisa informa que este é o primeiro caso de reinfecção por essa mutação no Brasil. A pasta não havia informado anteriormente sobre casos de reinfecção no país com a variante que circula na África do Sul. O primeiro caso de reinfecção do novo coronavírus no Brasil foi confirmado pelo governo federal em 9 de dezembro.

A paciente é uma mulher de 45 anos, moradora de Salvador e sem registro de comorbidades. Ela está sendo acompanhada pelos pesquisadores. O primeiro episódio da Covid-19 na mulher ocorreu em 20 de maio de 2020, e o segundo em 26 de outubro. Segundo o IDOR, na reinfecção ela teve sintomas mais severos.

Os dois diagnósticos foram confirmados a partir de testes RT-PCR, que são considerados referência porque detectam a infecção a partir de material coletado pela garganta e pelo nariz do paciente e identificam se há contaminação no momento do exame. Quatro semanas após a segunda confirmação, a paciente passou por um teste de IGg, que é um exame sorológico que comprova se há a presença de anticorpos, gerados após a contaminação.

Mutação
A mutação encontrada na África do Sul que infectou a paciente da Bahia é a E484K. A descoberta da pesquisa do IDOR foi publicada em versão “preprint”, que é uma pré-publicação, e aguarda revisão da revista científica The Lancet Infectious Diseases, uma das mais prestigiadas do mundo.

O pesquisador do IDOR e doutor Bruno Solano explica que esse caso de reinfecção foi confirmado por sequenciamento genético do vírus.

“Trata-se do primeiro caso de reinfecção por SARS-CoV-2 no estado da Bahia, confirmado por sequenciamento. Foi observada na sequência genética do vírus presente no segundo episódio a mutação E484K, que é uma mutação identificada originalmente na África do Sul”, disse o pesquisador Bruno Solano. (G1)

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