Brasil ratifica Acordo de Paris

Desmatamento na Amazônia estava no auge em 2005, ano escolhido como base para estimar cortes de emissões do Brasil (Foto: Reprodução/Deutsche Welle)
Desmatamento na Amazônia estava no auge em 2005, ano escolhido como base para estimar cortes de emissões do Brasil (Foto: Reprodução/Deutsche Welle)

O Brasil ratificou nesta segunda-feira (12/09) o chamado Acordo de Paris. Responsável por 2,48% das emissões globais, o país é o terceiro grande emissor a ratificar o pacto global, depois de Estados Unidos e China. Antes de ser sancionado pelo presidente Michel Temer, o documento havia passado pela Câmara e pelo Senado.

Assinado no ano passado na Conferência do Clima de Paris, o acordo tem como principal objetivo limitar a elevação da temperatura do planeta abaixo dos 2°C, ou o mais próximo possível de 1,5°C.

Para chegar lá, cada país se comprometeu a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, considerados por cientistas os principais vilões do aquecimento global, que causa as mudanças climáticas. O objetivo do Brasil é cortar as emissões em 37% até 2025 e 43% até 2030 – ambos em relação aos níveis de 2005.

2005: o ano da discórdia

Esse foi o ano escolhido como base para estimar os cortes de emissões que o país prometeu fazer em 2025 e 2030. O cenário em 2005 era crítico: o desmatamento na Amazônia, principal fonte de emissões no Brasil daquela época, estava no auge.

Quando o Brasil organizou suas metas para apresentar em Paris, acreditava-se que 2,1 bilhões de toneladas de CO2 haviam sido despejadas na atmosfera em 2005, conforme o segundo Inventário Nacional, publicado em 2010.

Em maio de 2016 essa crença mudou. O país divulgou seu terceiro Inventário, em que se adotou uma nova metodologia de cálculo, mais moderna, segundo os pesquisadores. De acordo com o levantamento, as emissões de 2005 foram, na verdade, de 2,73 bilhões de toneladas de CO2 – ou seja, muito maior do que se pensava à época da assinatura do Acordo de Paris.

Esse ajuste faz toda a diferença: se o governo considerar o dado novo como base para os cortes de emissão que prometeu alcançar em 2025 e 2030, o país está autorizado a poluir mais no futuro do que polui hoje.

Deutsche Welle

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