Brasileiro negro que denunciou racismo nos EUA é encontrado morto

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Um jovem negro de 26 anos que denunciou episódios de racismo nos Estados Unidos, no ano passado, foi encontrado morto no apartamento em que vivia em San Francisco, na Califórnia, na quarta-feira (4). Anderson Silva Sodre, conhecido como Ander Jackson, era de Sorocaba (SP) e ficou conhecido com vídeos de humor na web com 116 mil seguidores no Instagram.

O jovem trabalhava e morava nos Estados Unidos desde dezembro de 2018. Inicialmente, ele se mudou para o país para participar de um programa para cuidar de crianças em Orono.

Segundo a família, uma amiga de Ander soube da morte e passou o contato dos parentes do jovem para as autoridades. As causas estão sendo investigadas. Agora, a família do jovem está buscando alternativas para conseguir trazer o corpo para o Brasil e realizar o sepultamento em Sorocaba. Em nota, o Itamaraty informou que está ciente do caso e o Consulado Geral do Brasil, em São Francisco, está à disposição para prestar a assistência aos familiares do jovem.

Em caso de morte de brasileiros no exterior, os consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar os contatos com autoridades locais e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito. Segundo o Itamaraty, o traslado dos restos mortais de brasileiros mortos no exterior para o Brasil é uma decisão da família. Não há previsão regulamentar e orçamentária.

Episódios de racismo
Durante os dois meses em que viveu com a família em Orno, cidade próxima a Minneapolis, Ander Jackson afirmou em entrevista ao G1, no ano passado, que foi obrigado a manter a limpeza dentro e fora da casa. Na ocasião, o frio acumulava gelo no quintal. “Eu não tinha ninguém para conversar, muito menos brasileiro. Eu sabia que algo estava errado e eu comecei expor a eles sobre a situação. Eles disseram que mudariam a posição, mas nada aconteceu.”

Nos dias seguintes, a família não o levou para encontros com amigos ou para sair com conhecidos. “Uma dia foram para casa de um amigo para jantar. Não queriam me falar e eu entendi que foi pela cor da minha pele, porque todos eram brancos. Era uma família sem amizade com nenhum negro, nunca vi foto nem nada”, disse.

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