Cabral relata propina em todos os governos do RJ desde Moreira Franco

Sérgio Cabral é denunciado pela 29ª vez na Lava Jato (Foto: Giuliano Gomes)
Sérgio Cabral é denunciado pela 29ª vez na Lava Jato (Foto: Giuliano Gomes)
Ele pediu para ser interrogado de novo, depois que se tornou réu confesso (Foto: Giuliano Gomes)

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) foi ouvido nesta sexta-feira (5) na Justiça Federal. Ele pediu para ser interrogado de novo, depois que se tornou réu confesso, e disse que a propina de empresas de transportes no estado do Rio – via a Fetranspor, federação das empresas – começou no governo Moreira Franco, no fim dos anos 1980, passando ainda pelos governos de Leonel Brizola, Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho.

A audiência desta sexta é sobre a Operação Ponto Final, que investiga irregularidades no setor de transportes. Logo no início da audiência o ex-governador afirmou que foi “com o coração aberto”. Além dos ex-governadores, Cabral também citou empresários, membros do Judiciário, deputados, o prefeito Crivella e o ex-prefeito Eduardo Paes.

O que disse Cabral:

  • ‘caixinha da Fetranspor’ começou no governo de Moreira Franco;
  • no governo Brizola, o secretário de Transportes Pedro Valente administrava a caixinha, com ‘aval’ do governador;
  • em fevereiro de 95, eleito presidente da Alerj, Cabral assume a administração da ‘caixinha da Fetranspor’;
  • com os então governadores Garotinho e Rosinha Garotinho, a caixinha continuou no Executivo;
  • Garotinho comprou uma afiliada de TV com dinheiro da propina;
  • negociou “compra”, por US$ 1,5 milhão, do apoio de Marcelo Crivella na eleição de 2008, junto com Eike Batista e Eduardo Paes;
  • caixinha também funcionava na Câmara dos Vereadores;
  • na campanha de 2006, recebeu R$ 5 milhões da Fetranspor.

Cabral citou o período anterior, comandado por Leonel Brizola, quando as empresas foram “encampadas”, e houve desordem no serviço público. “Moreira Franco é o governador, em 1987 e em 1990 é feita a recuperação das empresas [de transporte]. Cria-se na Alerj a primeira propina instituída para o deputado Gilberto Rodrigues, presidente da Alerj e, do ponto de vista jurídico, o procurador de Justiça [do Ministério Público] Carlo Navega dava soluções jurídicas na volta às suas mãos particulares. Ele colaborou com o retorno das empresas às mãos [dos empresários], e recebia junto com o governador Moreira Franco e [com o deputado] Gilberto Rodrigues, junto com o deputado Claudio Moacir, e membros do Tribunal de Justiça”, disse Cabral.

 

G1

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