Câmara de Salvador aprova a instalação de bíblia gigante no Dique

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A indicação da vereadora Cátia Rodrigues (PHS) para instalar uma Bíblia gigante no Dique do Tororó foi aprovada pela Câmara Municipal de Salvador (CMS) na última quarta-feira (25). A medida gerou polêmica dentro da sociedade baiana porque, para muitos, a iniciativa é somente um reflexo da intolerância religiosa. Agora, que aprovado pela Câmara, o projeto segue para a prefeitura, onde vai ficar a cargo do prefeito ACM Neto decidir se vai ou não acatá-lo.

Mas antes mesmo de receber o projeto, o prefeito da capital baiana já o classificou como “desnecessário”, visto que a Praça da Bíblia já está prestes a ser concluída no bairro do Ogunjá. E este seria o local ideal para a implantação do monumento indicado pela vereadora Cátia Rodrigues.

A aprovação concedida pela Câmera foi o assunto das redes sociais nesta quinta-feira (26). Para o poeta e produtor Pareta Calderasch, a intenção da vereadora não é fazer um monumento cristão e nem respeitar a laicidade do Estado. “Muito pelo contrário, é o incômodo que a imagem dos orixás causa. É justamente para criar um contraponto à religião matriz africana, por isso o lugar escolhido é o Dique do Tororó”, contesta. “Se é para salvaguardar a laicidade do Estado, devemos também colocar um orixá nos fóruns e nas instituições estaduais ou municipais de Salvador que possuam uma cruz”, completa Calderash.

Até mesmo pessoas de religião igual a da autora do projeto criticaram a medida. “Sou cristã, mas não vejo necessidade de instalar uma bíblia gigante no meio do Dique. Isso só pra competir com as religiões matrizes africanas. Puro fundamentalismo religioso. A bíblia tem que estar é em nosso coração e devemos segui-la. Nada mais”, opina Alessandra Souza.

“A bíblia é o livro fundamental da fé cristã. Os orixás fazem parte de crenças de origem africana. Simbolicamente falando, eu considero importante ter uma bíblia gigante em algum lugar da cidade, afinal ela representa a fé que o povo baiano também segue. Se outra cresça foi representada no Dique, porque não termos uma bíblia gigante em algum ponto da cidade. Só não precisa ser no Dique, lá realmente não há necessidade”, pontua Ceiça Costa.

Já para o técnico administrativo João de Santana, as pessoas estão focando muito na questão religiosa e esquecendo que os orixás do Dique também possuem uma questão estética. “Os monumentos que lá estão já fazem parte do paisagismo da cidade. É algo cultural, um ponto turístico. Não vejo sentido algum em se colocar uma bíblia”, declara o técnico. A equipe de reportagem do jornal Tribuna da Bahia tentou, insistentemente, contato com a vereadora no vereadora Cátia Rodrigues. Porém não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Com informações do jornal Tribuna da Bahia.

Foto de capa extraída do site Bahia Turismo.

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