Carpinteiro confessa que matou médico após discussão em Pau da Lima

O médico Luiz Carlos Correia Oliveira, 62, morto por ajudante de carpintaria em Pau da Lima (Foto: Reprodução)
O médico Luiz Carlos Correia Oliveira, 62, morto por ajudante de carpintaria em Pau da Lima (Foto: Reprodução)
O médico Luiz Carlos Correia Oliveira, 62, morto por ajudante de carpintaria em Pau da Lima (Foto: Reprodução)
O médico Luiz Carlos Correia Oliveira, 62, morto por ajudante de carpintaria em Pau da Lima (Foto: Reprodução)

O suspeito de assassinar o médico Luiz Carlos Correia Oliveira, 62 anos, confessou que cometeu o crime. Nesta quinta-feira (27), o ajudante de carpintaria Adriano Luiz Correia de Jesus, 28 anos, foi apresentado à imprensa na sede do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP) na Pituba. Preso nesta quarta, em um canteiro de obras na Avenida Gal Costa, Adriano contou que matou o médico a facadas após uma discussão. Ele foi apontado à polícia como suspeito por um ex-parceiro, que sabia da sua relação com Luiz Carlos.

Segundo depoimento do carpinteiro, o crime foi cometido em sua casa, no bairro de Pau da Lima. Adriano contou que no dia 2 de outubro saiu com Luiz Carlos para uma pizzaria e, em seguida, voltou para casa com o médico e lá começaram a beber. Em um determinado momento, a cerveja acabou e Adriano saiu para comprar mais.

Ao retornar para casa com as bebidas, ainda segundo o suspeito, o médico teria “forçado ele a ter relações sexuais”. Adriano contou que ficou nervoso com a situação e esfaqueou Luiz Carlos três vezes no pescoço, o que causou sua morte. Por causa da forma como o corpo foi encontrado, em estado de esqueletização, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) ainda não pode comprovar as circunstâncias da morte do médico. O crime foi cometido por volta das 22h do dia 2.

Desova

Horas depois, já de madrugada, o ajudante de carpinteiro enrolou o corpo do médico no forro de um sofá. Em seguida, estacionou o carro da vítima o mais perto possível da rua da casa, que não tem acesso para veículos, e carregou o corpo até o veículo. Segundo a polícia, a situação não foi presenciada pelos vizinhos. O corpo, então, foi transportado até a BR-324, onde Adriano resolveu abandoná-lo logo após o primeiro pedágio, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Ele escondeu o veículo da vítima em uma rua em Camaçari, também na RMS, e voltou para casa. Dias depois, ao ver na imprensa que Luiz Carlos estava sendo procurado, resolveu se livrar do carro, ateando fogo. Durante a carbonização do veículo, ele acabou se queimando e ficou com as pernas machucadas. Segundo o DHPP, Adriano tem passagem pela polícia por furto, praticado em 2008.

Vida dupla

De acordo com a polícia, a investigação chegou até Adriano através de um ex-companheiro de Luiz Carlos, que informou aos policiais sobre a amizade do médico com o carpinteiro. Ainda conforme a polícia, a família da vítima disse não ter conhecimento desta relação.

Segundo Adriano, ele e o médico se conheceram há cerca de três meses em um ponto de ônibus na Avenida Gal Costa, nas proximidades da obra onde o carpinteiro trabalhava. Adriano disse ainda que o médico se apresentou como um representante de vendas e que morava em Feira de Santana. Luiz Carlos era morador do condomínio Costa Verde, em Piatã.

De acordo com a polícia, apesar de Adriano ter confessado o crime, as investigações ainda não foram concluídas, uma vez que os bens do médico e a faca utilizada no crime não foram encontrados. Não é possível afirmar que Adriano agiu sozinho.

Perícia

Conforme o perito médico-legal Mário Câmara, diretor do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), o corpo chegou ao estado de esqueletização, mais avançado do que a decomposição, devido à ação de animais.

A polícia informou ainda que os familiares de Luiz Carlos estão pedindo novos exames de identificação do corpo, porém, a investigação informou que não há dúvidas quanto a esse ponto da investigação. Isso porque a análise da arcada dentária confirmou que é, de fato, o médico. Por isso, outros exames não serão feitos.

Além dos exames da arcada dentária, também foi feito o procedimento de entomologia, que analisa as larvas presentes no corpo para detectar a data da morte. O corpo ainda está sob perícia e só deverá ser liberado para a família na próxima semana.

Fonte: Correio

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