O advogado do homem suspeito de matar Beatriz Angélica, em 2015, afirmou que Marcelo da Silva, de 40 anos escreveu uma carta em que diz ter sido pressionado a confessar o crime.Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), Marcelo da Silva confessou o crime para dois delegados responsáveis pela investigação do caso. O DNA dele foi encontrado na faca utilizada no assassinato da criança de 8 anos.
O advogado afirmou que a carta foi escrita logo após o suspeito assumir a culpa pelo caso. No papel, Marcelo Silva diz que é inocente e que não matou Beatriz, ao contrário do que que foi dito anteriormente à polícia.
“Eu confessei na pressão. Pelo amor de Deus, eles querem minha morte. Preciso de ajuda. Estou com medo de morrer, quero viver. Eu não sou assassino. Quero falar com a mãe da criança. Quero a proteção de minha mãe”, diz a carta, assinada com o nome de Marcelo e com a data de segunda-feira (17).
O novo advogado do suspeito assumiu o caso depois que a advogada Niedja Mônica da Silva afirmou, no último sábado (15), que o cliente chorava ao falar sobre o assunto e que confessou o crime para “aliviar o coração” da mãe de Beatriz, Lucinha Mota.
Ao ser questionado sobre a inocência de Marcelo da Silva, o advogado Rafael Nunes respondeu: “Acredito, não. Tenho certeza”. Marcelo Silva está preso no Presídio de Igarassu, no Grande Recife.
O que diz a Secretaria de Defesa Social:
Em nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou que “todo o inquérito sobre o assassinato da menina Beatriz está sendo realizado dentro de todos os parâmetros legais, com zelo e lisura”.
A secretaria disse que o indiciamento do suspeito foi feito após a identificação positiva de comparação de DNA. “Essa é uma prova técnico-científica, que foi ratificada pela confissão do preso que se coaduna com as demais provas existentes no inquérito policial e é compatível com a dinâmica dos fatos e toda a linha de tempo descoberta durante a investigação”, afirmou.
Também no comunicado, a SDS conta que o depoimento foi filmado na íntegra pela Polícia Civil, seguindo as regras legais “a fim de evitar quaisquer questionamentos, tentativas de macular a confissão ou estratégias projetadas para tumultuar o caso”.
Por fim, a secretaria informou que o caso segue sob sigilo. De acordo com a SDS, a Polícia Civil de Pernambuco “está dando continuidade a diligências solicitadas pelo Ministério Público e reunindo todas as provas necessárias para conclusão do inquérito policial e consequente remessa ao MPPE”.
*G1