Caso Beatriz: imagem feita por empresa dos EUA mostra suspeito de assassinar a criança

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Os pais da menina Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva, de sete anos, assassinada no dia 10 de dezembro de 2015, em um colégio particular de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, ganharam um novo motivo para acreditar na prisão do suspeito de cometer o crime. Com o apoio da empresa Criminal Investigations Training Group, dos Estados Unidos, uma nova imagem do suspeito foi produzida e divulgada nesta semana.

A imagem já teve milhares de compartilhamento nas redes sociais. “Esse era o nosso objetivo, alcançar o máximo de pessoas no Brasil, para que essa imagem chegue a pessoa que já conviveu ou convive com esse homem”, afirma Lúcia Mota, mãe da menina Beatriz.

“Esse é o suspeito de ter assassinado Beatriz. Nós contamos com a sociedade nesse compartilhamento. Precisamos de mais compartilhamentos. Precisamos chegar em cada ponto do país, para que a gente consiga prender esse assassino covarde e cruel”, destaca a mãe.

Os pais de Beatriz explicam que a nova imagem não pode ser chamada de retrato falado, por não ter sido feita com base em depoimentos de testemunhas. A composição foi feita com tecnologia da empresa norte-americana, que deste setembro do ano passado está ajudando a família na resolução do caso.

Os investigadores fazem parte da Academia de Perícia Nacional dos Estados Unidos, mas não revelam o método de trabalho. Com a ajuda da animação, eles fizeram um vídeo do homem em movimento e criaram possíveis mudanças no visual.

“Eles realizaram essa composição de imagens através das câmeras de segurança do Colégio Maria Auxiliadora. Hoje nós temos uma foto digital do suspeito de ter assassinado Beatriz. Hoje nós temos a foto mais próxima do suspeito de matar Beatriz, diferente daquela que foi realizada pela Polícia Civil e até mesmo da imagem da câmera, que é um pouco distorcida”, diz Lúcia

O pai de Beatriz, Sandro Romilton Ferreira da Silva, destacou a diferença entre o retrato falado produzido pela Polícia Civil e a composição de imagem que está sendo divulgada agora.

“Não só a família, mas todo mundo que teve acesso a essa última composição, ficou impressionado. A comparação é nítida. Claro que o retrato falado, naquele momento, quando não tínhamos outras imagens, foi feito por peritos que ouviram as testemunhas que estiveram mais próximas daquele suspeito, foi o que poderia ter sido feito naquele momento. Agora, nós temos imagens que foram recuperadas e com um trabalho de excelência a gente pode fazer um comparativo, sem desmerecer o trabalho da polícia, mas muito melhorado”.

Segundo a família da menina, desde setembro, quando teve conhecimento do caso, a empresa dos Estados Unidos demonstrou interesse em colaborar com as investigações. Os pais de Beatriz dizem que ainda estão aguardando um posicionamento do Governo de Pernambuco sobre a aceitação ou não do pedido.

“É lamentável. Em um momento que nós estamos a todo vapor, correndo atrás de informações para chegar até o assassino de Beatriz, o estado ele trava. Desde setembro do ano passado, o governo não responde. Na minha última ida a Recife foi que nós conseguimos o contato e um diálogo entre a empresa e o estado. Agora, estamos aguardando esse posicionamento oficial do governador Paulo Câmara em relação a essa ajuda”, diz Lúcia Mota.

Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que na última sexta-feira (28), o chefe eu subchefe da PC receberam uma comissão formada pelos pais de Beatriz, o advogado da família e pela coordenadora do movimento Somos Todos Beatriz. Os quatro delegados, que compõem a força tarefa criada pela chefia de polícia para investigar o caso, participaram da reunião, assim como a diretoria de inteligência da PCPE.

“A Polícia Civil reafirmou, no encontro, o interesse e o empenho da corporação em solucionar o caso. Os delegados trabalham diuturna e conjuntamente, revisitando o material disposto em 22 volumes do inquérito policial e também realizando novas diligências. Importante destacar que o trâmite segue sob segredo de justiça”, diz a nota.

Sobre a participação da empresa dos Estados Unidos, a nota diz que “A comissão apresentou a proposta de cooperação com empresa de investigações norte-americana. Foi informado que a concretização da parceria poderá ocorrer após pareceres da Procuradoria-geral do Estado, e do Ministério Público, além da aprovação do poder judiciário, seguindo todos os preceitos legais”.

A nota encerra afirmando que a “Polícia Civil de Pernambuco segue com plena confiança que os fatos serão elucidados, para que a justiça seja aplicada, e reconforte um pouco os familiares e à sociedade pernambucana”.

Também por nota, o Ministério Público de Pernambuco destacou que “desde o início das investigações, vem acompanhando os trabalhos. O referido inquérito policial está sob segredo de justiça e ainda se encontra em aberto com a força-tarefa de delegados da Polícia Civil de Pernambuco, designados pela Secretaria de Defesa Social (SDS/PE), para atuar na apuração do crime em questão. O MPPE aguarda o resultado da conclusão da investigação”

O caso: Beatriz Angélica foi assassinada com 42 facadas dentro do colégio Maria Auxiliadora, um dos mais tradicionais colégios particulares de Petrolina. O crime ocorreu dentro da quadra onde acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano. A irmã da menina era uma das formandas.

A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10 de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra. Minutos depois, o corpo da criança foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo que estava desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio. (G1)

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