Centrão quer retirar pontos polêmicos da Previdência já na CCJ

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Líderes de partidos do centrão articulam a retirada de pontos polêmicos da reforma da Previdência na primeira parada do texto na Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O objetivo da tramitação da proposta na comissão é apenas analisar a constitucionalidade do projeto, mas alguns parlamentares já querem alterar alguns pontos, como as mudanças previstas pela equipe econômica no Benefício de Prestação Continuada (BPC), rendimento concedido a idosos pobres e deficientes. Também estão na mira de deputados as alterações na aposentadoria rural e a proposta de retirar da Constituição as regras para a Previdência, permitindo a implantação de um modelo de capitalização.

O assunto será tratado hoje, quando os líderes de partido serão recebidos pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na semana passada, 13 partidos assinaram um compromisso para apoiar reforma , mas vetaram os três pontos polêmicos.  Ainda não há consenso, entretanto, se os temas devem ser retirados agora, na CCJ. “Já poderíamos tirar esse ponto na CCJ. Assim ganhamos tempo para fazer uma discussão mais aprofundada da proposta na comissão especial”, diz o líder PR, Wellington Roberto (PB).

Outro líder de partido do centrão, ouvido pelo GLOBO, disse que os três temas devem ser barrados já na CCJ. Já o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), entende que na CCJ haveria espaço apenas para a retirada de um dos itens do projeto, o da desconstitucionalização. Na visão dele, os demais deveriam ser enfrentados na comissão especial.  O único ponto que pode ser analisado ali na CCJ, a meu ver, é o da desconstitucionalização, porque ali você não analisa ainda o mérito. Entendo que BPC e trabalhador rural deveriam ser debatidos já na comissão especial”, disse o líder do DEM. O relator da proposta, Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), disse nesta segunda-feira que pretende analisar a constitucionalidade da proposta de “forma global” em seu relatório. Entretanto, não excluiu a possibilidade de que os trechos polêmicos possam ser excluídos já na CCJ. Por Bruno Góes e Eduardo Bresciani/O Globo.

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