Cirurgia para retirar amígdalas é a mais realizada em crianças

Intervenção é realizada sob anestesia geral. Foto: Divulgação.
Intervenção é realizada sob anestesia geral. Foto: Divulgação.
Intervenção é realizada sob anestesia geral. Foto: Divulgação.
Intervenção é realizada sob anestesia geral. Foto: Divulgação.

Quem tem criança pequena em casa sabe que dores na garganta são recorrentes nesta fase. Os incômodos são originários de inflamações em tecidos importantes para o sistema imunológico, como amígdalas e adenoide. Muitas vezes a cirurgia é a única saída para melhorar a qualidade de vida da criança.

Com isso, a adenoamigdalectomia é o procedimento cirúrgico de garganta mais realizado na faixa etária pediátrica. A cirurgia é corriqueira em crianças que têm dificuldades respiratórias e desenvolvem distúrbios do sono, como ronco e apneia do sono, que afetam as amígdalas e adenoide.

Em entrevista ao jornal A Tarde, o otorrinolaringologista Pablo Marambaia afirmou que crianças que sofrem com repetição de infecção bacteriana, ou seja, tiveram dores de garganta quatro vezes ou mais no mesmo ano, também possuem chances de realizar o procedimento cirúrgico. Além daquelas que carregam, geneticamente, problemas de baixa imunidade.

Procedimento

Apesar do receio por parte dos pais ao querer submeter seus filhos a uma cirurgia, Marambaia afirma que o procedimento é seguro. “Existe o mito que essa cirurgia não é muito realizada. O que é um grande equívoco. Este é o maior procedimento realizado no mundo inteiro com anestesia geral em crianças. Além disso, não existe idade mínima para se fazer uma cirurgia”, garante Marambaia. Ainda conforme o médico, a cirurgia só é realizada após o tratamento clínico ter falhado.

Para identificar a necessidade do procedimento cirúrgico, o paciente passa por um exame clínico no caso das amígdalas, e por um raio x cazun ou endoscopia nasal no caso do problema ser na glândula adenoide. A cirurgia dura em torno de 1h e a criança toma anestesia geral.

De acordo com Marambaia, todo o processo é realizado através da abertura da boca, sem necessidade de deslocar a mandíbula ou de corte externo. O repouso dura de 7 a 10 dias. Nos dois primeiros dias, a dieta é líquida e gelada. No terceiro e quarto dia, a criança já pode ingerir alimentos pastosos, como purê, ou carne moída. Nos dias posteriores, a dieta se aproxima do normal e em 15 dias a criança volta a sua vida normal.

“Os benefícios da cirurgia são inúmeros. A começar pela qualidade de vida da criança. Ela passa a respirar normalmente e, consequentemente, dorme melhor. Além disso, também ganha peso”, revela o médico.

Mutirão

Em outubro, a Associação de Fomento da Otorrinolaringologia da Bahia promoverá um mutirão para cirurgias de adenoamigdalectomia em crianças de 4 a 8 anos, que tenham indicação cirúrgica e não possuam acesso a plano de saúde. Para marcar a cirurgia, inicialmente, os pacientes passam por uma triagem que está já sendo realizada no Ambulatório Docente-Assistencial Isaac Marambaia, localizado no bairro do Candeal, as segundas-feiras à tarde e quartas-feiras pela manhã, até o final de setembro.

A expectativa é que 30 procedimentos cirúrgicos sejam realizados. Mas, segundo o médico Pablo Marambaia, se o número for excedido as cirurgias serão realizadas posteriormente. O Ambulatório Docente Assistencial Deputado Isaac Marambaia, mantido pela Federação Ornitológica do Brasil e pelo Instituto de Otorrinolaringologia Otorrinos Associado, foi inaugurado em fevereiro de 2014. Desde então, oferece atendimento gratuito em otorrinolaringologia à população da capital e diversos municípios do interior baiano.

Até julho deste ano, o centro alcançou significativos números. Foram 4.674 pacientes atendidos, 980 vídeo endoscopias do nariz e seios paranasais e laringe realizadas, 1.132 procedimentos de diversas naturezas, além de 132 pacientes submetidos à cirurgia sob anestesia geral. A marcação de consultas deve ser realizada exclusivamente através do número 3036-4884.

Com informações do site do jornal A Tarde.

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