Companhias brasileiras buscam outros mercados

(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O investidor brasileiro ficou de fora da oferta de ações de maior sucesso de uma companhia nacional nos últimos anos. A PagSeguro, dona das máquinas de pagamento “moderninha” e “minizinha”, escolheu a Bolsa de Nova York para vender suas ações. Conseguiu R$ 7,4 bilhões e a quantidade de investidores interessados era suficiente para comprar quase 15 vezes o total de papéis ofertado. No pregão de estreia, as ações valorizaram 36%. Escolher uma bolsa de outro país para vender suas ações é uma prática comum entre as empresas, acirrada pelas próprias bolsas internacionais. Os motivos são vários. A bolsa local pode não ter investidores suficientes para ficar com as ações. A empresa pode estar à procura de mais liquidez. E ter ações avaliadas em uma moeda como o dólar pode facilitar uma negociação para venda ou fusão. Mas o principal motivo é evitar as chamadas barreiras de investimento: ao listar os papéis em outra bolsa, a empresa pode ter acesso a outro tipo de investidor – focado exatamente no seu negócio, mas que só pode investir, por exemplo, em companhias acompanhadas pela SEC – a xerife do mercado de capitais americano. Esse parece ter sido o caso da PagSeguro, que lá encontrou investidores dedicados a seu negócio e dispostos a pagar mais por ele. Antes dela, em abril do ano passado, a varejista online brasileira Netshoes, já havia escolhido a Nyse, embora sem tanto sucesso. A Nexa Resources (ex-Votorantim Metais), também ficou de fora da B3 e optou por um processo de dupla listagem, na Nyse e na Bolsa do Toronto. E a aérea Azul seguiu o mesmo modelo, mas colocando papéis em Nova York e na B3.

Estadão Conteúdo

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