CPI das joias tem 112 das 171 assinaturas necessárias para abertura

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A criação de uma eventual Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o suposto esquema de venda ilegal de joias recebidas por Jair Bolsonaro (PL) como presente já recolheu 112 das 171 assinaturas necessárias para sua abertura.

A coleta de assinaturas teve início na semana passada, depois da operação da Polícia Federal que teve como alvo aliados do ex-presidente (leia mais abaixo).

Segundo apurou a CNN, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), autor do pedido de criação da CPI, tem feito uma “força-tarefa” junto às lideranças da base governista para que os parlamentares se mobilizem pela criação da comissão. O gabinete do petista, porém, admite que a coleta de assinaturas está “devagar”.

Resistência de lideranças do PT

Lideranças do PT na Câmara dos Deputados demonstram resistência em apoiar a criação da CPI das joias.

O assunto ainda não foi discutido internamente com a bancada do partido na Casa. No entanto, à CNN, líderes da sigla disseram que este não é um momento para mais uma CPI na Câmara.

Atualmente, os deputados já estão consumidos por outras quatro CPIs. São elas:

Lojas Americanas
Manipulação de resultado em partidas de futebol
Pirâmides financeiras
Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST)
Uma avaliação é que o suposto esquema ilegal já está sendo investigado pela Polícia Federal e demais autoridades competentes.

CPMI do 8 de janeiro

Na semana passada, o presidente da CPMI do 8 de janeiro, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), disse que o caso das joias precisa ser investigado em outra comissão, pois não tem relação com as apurações investigadas sobre os atos golpistas.

“Quero dizer que eu tenho uma preocupação muito grande com relação a essas questões referentes ao tamanho e ao nível de investigação que esta CPMI está tomando. A CPMI foi criada para investigar os atos relacionados a 8 de janeiro. Qualquer denúncia que tenha, que exista eventualmente contra o ex-presidente, qualquer pessoa que fez parte de seu governo não está, necessariamente, vinculada a esta CPMI. “[…] Esta CPMI tem que se ater ao seu objeto, disse Arthur Maia.

Operação da PF

A Polícia Federal cumpriu, na última sexta-feira (12), mandados de busca e apreensão contra quatro pessoas:

O tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
O pai dele, o general do Exército Mauro Cesar Lourena Cid;
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti; e
O advogado Frederick Wassef, que já atuou na defesa de Bolsonaro.
Segundo as investigações, eles são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues de presente por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Brasil, por meio da venda desses itens em países do exterior.

A investigação apontou, até o momento, que os valores obtidos dessas vendas ilegais foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados.

De acordo com a PF, foram identificados quatro “conjuntos de bens” ofertados em leilão ou venda direta nos Estados Unidos. Desses conjuntos, três foram colocados à feita de forma efetiva, sendo que dois tiveram que ser recuperados por aliados de Bolsonaro.

Michelle Bolsonaro deve depor à PF

O caso das joias fez com que a Polícia Federal pedisse a quebra dos sigilos bancário da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

A ideia é que os dados possam ser usados para descobrir se Michelle foi beneficiada com os eventuais desvios.

Fonte: CNN Brasil

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