De olho na maquininha: operadoras enganam empresários e prejuízo é grande

Foto: Divulgação
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O Brasil pode até estar em crise, mas as operadoras de cartão de crédito seguem a todo vapor e travaram uma disputa por fatias cadas vez maiores do mercado. O que pouca gente sabe é que essas mesmas empresas “esquecem” de repassar ao empresário aquilo que ele teria direito com a venda de produtos ou serviços.

Dono de uma franquia de loja onde são vendidos chocolates, Gabriel Medeiros disse que demorou a perceber que parte do seu lucro, na verdade, não iria para o caixa. “Eu só percebi depois de fazer uma auditoria, pois estávamos caminhando para uma situação financeira muito complicada”, contou, em entrevista à Rádio Metrópole.

Sócio-diretor da Gold Soluções, que realiza o rastreio de desvios e outras irregularidades, Renato Carneiro afirma que há “falta de controle”. “Não posso dizer que os erros são intencionais, mas o volume é muito grande. Acaba perdendo o controle e as empresas são prejudicadas”, citou.

No horário nobre da TV aberta, aposto que você já viu um dos figurões do entretenimento oferecendo serviços imperdíveis das máquinas de cartão de crédito. A estratégia tem como objetivo abocanhar o empresário. Na Bahia, não há dados de quantas empresas usem esse serviço, mas, em dois anos de operação, a Gold recuperou mais de R$ 3 milhões. “Outra irregularidade comum é a cobrança contínua de aluguel de máquinas que já foram canceladas. E, novamente, não podemos afirmar que é por má fé, mas isso acontece”.

Somente nos dois primeiros meses deste ano, de acordo com levantamento realizado pela plataforma Finanças 360º, empresários do setor conseguiram recuperar um total de R$ 11,5 milhões em vendas efetuadas e não repassadas. Carneiro explica que, desde o microempresário, todos podem ser vítimas dos erros. “Nossa taxa de identificação de divergência é de 78%. Então é algo bastante relevante no final”, ressalta.

Apesar dos erros, o mercado de vendas com máquinas só faz crescer no país. Dados da Associação de Operadoras e Credenciadoras de Cartão  (Abecs) mostram que os pagamentos realizados com cartões de crédito, débito e pré-pagos devem crescer em torno de 16% em 2019, chegando a R$ 1,8 trilhão. Compras com cartões devem registrar, no 4º trimestre de 2019, uma participação recorde de 40% em relação ao volume do consumo das famílias brasileira.

Advogado consumerista, Miguel Bomfim alerta que a prática, mesmo com pessoa jurídica, é abusiva. “O Código de Defesa do Consumidor prevê que a pessoa jurídica também pode ser alvo de práticas abusivas. Agora, na esfera criminal, é um pouco diferente. Teríamos que apurar se o desvio é feito por algum preposto específico”, afirmou. Informações Metro 1

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