‘Disseram que saí do armário, mas eu nunca entrei’, diz Luiz Fernando Guimarães

(Foto: AgNews)
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Agora, sete anos depois da última novela volta à TV como um vilão de 85 anos — embora tenha apenas 68. (Foto: AgNews)

Assim que acertou sua participação em “O tempo não para”, novela das 19h prevista para estrear dia 31, Luiz Fernando Guimarães quis baixar logo no estúdio. Precisou ouvir do diretor artístico Leonardo Nogueira: “Calma, ainda é cedo”. O ator também não vê a hora do retorno do Asdrúbal Trouxe o Trombone, o grupo que revolucionou o teatro carioca nos anos 1970 e do qual ele fez parte. “Fiquei tão feliz com a turma no meu aniversário, que tranquei todos numa sala para que não saíssem”, diz, referindo-se a Evandro Mesquita, Regina Casé e grande elenco. “Somos um grupo que não brigou até hoje, e isso é raro, né?”.

Luiz Fernando é, definitivamente, ansioso. E, muitas vezes, lembra o “Super Sincero”, seu personagem “sincericida” que arrancava gargalhadas em um quadro do “Fantástico”. “É o papel da minha vida! Nem todo mundo quer cumprimentar o vizinho, né?”, brinca. Minutos depois, reage com um certo receio à sugestão do fotógrafo de clicá-lo no hall do prédio onde mora, no Jardim Botânico: “Será que vai ter muita gente no elevador?”.

Criado em Laranjeiras, numa família de poetas, o ator foi o terror das mil escolas por onde passou. Tinha pânico em ser o centro das atenções, mas, após uma curta experiência como bancário, acabou no palco, encenando uma pororoca com o corpo (ainda) magrelo, no teste que o aprovou para o Asdrúbal. Agora, sete anos depois da última novela, “Cordel encantado” (“Era muito açúcar e afeto, minha interpretação é mais ácida”), volta à TV como um vilão de 85 anos — embora tenha apenas 68. “Fazer personagem mais velho é maravilhoso. Vão dizer, ‘nossa como você está bem’”, diverte-se.

Em quase duas horas de conversa, Luiz falou sobre sua relação com a plateia (“a risada do público me incomoda”), de como lida com a passagem do tempo e com a curiosidade em torno de sua homossexualidade: “Disseram que saí do armário, mas eu nunca entrei”.

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