Dois municípios baianos estão entre os que mais desmatam

Estudo foi divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica. Foto: Luiz Tito.
Estudo foi divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica. Foto: Luiz Tito.
Estudo foi divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica. Foto: Luiz Tito.
Estudo foi divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica. Foto: Luiz Tito.

Não bastassem os fenômenos naturais agravados pela estiagem na Bahia, como queda do nível de reservatórios e propagação dos focos de incêndio, o estado tem dois dos três municípios brasileiros na lista dos que mais desmataram, proporcionalmente, o bioma mata atlântica no biênio 2013-2014. As cidades de Baianópolis (a 819 quilômetros de Salvador) e Brejolândia (a 775 quilômetros da capital) estão em segundo e terceiro lugares, respectivamente, no ranking nacional do desmatamento, divulgado nesta quarta-feira (11), pela Fundação SOS Mata Atlântica, atrás somente do município de Eliseu Martins, no Piauí.

No estudo realizado pela fundação por meio do Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, em 3.429 municípios do Brasil, a cidade piauiense desmatou 4.287 hectares (ha) desse bioma. Depois, vem Baianópolis, com 1.522 ha. Em seguida, Brejolândia, que suprimiu 686 ha. No recorte dos últimos 14 anos, as cidades baianas com dados mais alarmantes de desflorestamento em proporção ao território de vegetação natural são Cândido Sales (5.676 ha), Encruzilhada (5.035 ha) e Vitória da Conquista (4.610 ha). Por outro lado, o município de Mucugê, na região Chapada Diamantina, é o que mantém a maior zona proporcional de preservação do bioma no estado, com 85,3% da vegetação natural conservada, quando comparada com a área original.

Consequências

A diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, Márcia Hirota, observa que as duas cidades baianas com os maiores índices negativos estão no limite do cerrado, onde predominam as culturas de soja, algodão, milho e a agropecuária. “Esses municípios encontram-se no limite do cerrado baiano, na região oeste, onde a vegetação tem sofrido essa pressão do desmatamento”, afirma Hirota. “São áreas que passam por uma expansão da fronteira agrícola, com vasta cultura de soja, algodão e milho, por exemplo”, acrescenta.

As principais consequências do desmatamento apontadas pela diretora da fundação têm a ver com as mudanças climáticas, “que influenciam diretamente na qualidade de vida das pessoas, por conta do aumento da temperatura, escassez de água e secas graves”. No entanto, Hirota reitera que o estudo ainda não apontou as causas de tanto desmatamento naquela região.

Conforme a diretora da fundação, os dados serão enviados para os órgãos ambientais dos municípios e do estado, assim como para o Ministério Público da Bahia (MP-BA), para que identifiquem a supressão. Hirota afirma que a entidade tem tido uma boa relação com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), que se comprometeu a criar uma agenda positiva com a fundação para combater o desmatamento e promover a recuperação da vegetação nativa no estado.

“O objetivo desse estudo é justamente chamar a atenção das autoridades, dos legisladores e da própria sociedade, para que pensem na forma mais adequada a cada região para evitar que ocorra a supressão da vegetação característica do bioma mata atlântica”, conclui a diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.

Com informações do site do jornal A Tarde.

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