É possível dormir de olhos abertos?

Foto: Reprodução
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Muitas pessoas podem considerar improvável a ideia de dormir de olhos abertos até se deparar com uma situação do tipo. Nestes casos, as pálpebras não ficam completamente cerradas, mas, parcialmente, devido ao seu mau funcionamento. Entre as condições que levam a este quadro estão a exoftalmia, caracterizada por um ou por ambos dos olhos saltados, e também cirurgias plásticas mal executadas.

Com probabilidade de acometer homens e mulheres de todas as idades, a exoftalmia está, na maioria dos casos, relacionada ao hipertireoidismo. Contudo, também pode ser resultado de tumores, infecções ou desordens vasculares no globo ocular. “Outros fatores que podemos citar para o problema são dilatação de músculos, gordura e tecido na parte de trás do olho, fazendo com que sejam projetados para frente”, comenta o Dr. Eduardo Parente Barbosa, oftalmologista do H.Olhos – Hospital de Olhos Paulista.

Cirurgias plásticas oculares mal executadas também podem contribuir para que os olhos mantenham-se parcialmente cerrados durante o sono. Além dos procedimentos realizados por necessidade médica, existem situações em que as pessoas, por motivos estéticos, retiram o excesso de pálpebra. Caso a cirurgia não seja realizada adequadamente, os olhos acabam não fechando completamente ao dormir.

Consequências – Em ambos os casos, apesar de parecer inofensivo, o mau funcionamento das pálpebras durante o repouso requer atenção, pois gera o ressecamento dos olhos. “A córnea é carente de vasos sanguíneos e, sendo um tecido vivo, necessita de oxigênio e nutrientes que são levados pelas lágrimas. A falta de lubrificação não permite que eles cheguem, podendo levar à ceratite de exposição – inflamação da córnea que ocorre em situações nas quais o órgão perde sua cobertura e umidade, e pode ser provocada por bactérias, fungos ou vírus”, explica o Dr. Eduardo.

Tratamento – Normalmente, as pessoas não fazem a conexão entre o incômodo dos olhos ressecados e o mau funcionamento das pálpebras. Portanto, é importante consultar-se periodicamente com um oftalmologista, que indicará se o problema pode ser solucionado com colírios lubrificantes específicos, visando evitar infecções como a ceratite, por exemplo. “Caso a situação seja mais grave, com a possibilidade de comprometer a visão do paciente, em casos extremos, realiza-se uma tarsorrafia – sutura reparadora para correção da abertura das pálpebras”, finaliza o especialista.

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