O empresário Eike Batista confessou no depoimento que prestou à Polícia Federal (PF), no Rio de Janeiro, que pagou US$ 16,5 milhões para o ex-governador Sérgio Cabral por meio dos irmãos doleiros Marcelo e Renato Chebar. O depoimento foi prestado ainda na segunda-feira (30), pouco depois do empresário ser preso pela PF, quando acabava de desembarcar de um voo que vinha de Nova York.
Os doleiros haviam dito que o dinheiro era fruto da falsa venda de uma mina de ouro. O depoimento de Eike Batista foi acompanhado por procuradores que atuam na Força-Tarefa da Lava Jato. O empresário terá de se defender ainda de outra investigação do Ministério Público, que o acusa de ter se beneficiado de informações privilegiadas para lucrar com a venda de ações de duas empresas de seu grupo, segundo informações do jornal “O Globo”.
Conforme a publicação, o Ministério Público Federal (MPF) pede o bloqueio de R$ 1,026 bilhão do patrimônio de Eike Batista para caso haja a necessidade do pagamento de multa posteriormente. A multa seria destinada ao Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), que utiliza o dinheiro proveniente de multas determinadas por ações penais transitadas em julgado como forma de financiamento. O Funpen é responsável pelos recursos para o sistema carcerário.
O valor da multa pedido pelo MPF, inclusive, é cerca de uma vez e meia maior que o orçamento autorizado para a Funpen neste ano, que é de R$ 690 milhões. De acordo com o Ministério da Justiça, o órgão possui em caixa, atualmente, um valor de R$ 1,8 bilhão, provenientes de sobras orçamentárias de anos anteriores.
Nesta terça-feira (31), o empresário voltou a prestar depoimento, dessa vez com a presença dos procuradores Eduardo El Hage e Leonardo Cardoso de Freitas, que é o coordenador do grupo do MPF à frente das investigações das operações Calicute e Eficiência. De acordo com a Superintendência, não será revelado qualquer tipo de informação sobre o conteúdo das repostas e declarações do empresário.
Ao fim do depoimento, Eike Batista foi entregue à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e conduzido de volta ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste, onde está preso na Penitenciária Bandeira Stampa (Bangu 9).
Do Correio 24 Horas.
