Espetáculo ‘Escorpião’ une teatro e cinema em suspense sobre traição e masculinidade tóxica

Conceito de vilão e mocinho se confunde na montagem | Foto: Giovani Rufino
Conceito de vilão e mocinho se confunde na montagem | Foto: Giovani Rufino

A inserção do audiovisual no teatro, para além de um mero recurso cênico. Esta é a proposta de “Escorpião”, que estreia nesta quinta-feira (30), no Teatro Vila Velha, em Salvador. Com texto de Felipe Grego e direção de Marcus Lobo, a montagem é classificada como um “espetáculo estendido”, que não se encerra no palco.

“O espetáculo é construído em formato cinematográfico. Durante a encenação a gente vai ter flashes desse filme, que as pessoas vão ter acesso após o final da peça. Então, quando termina, elas vão receber um QR code que dá acesso à continuidade. Elas vão assistir ao espetáculo e ficar com o final suspenso”, explica o diretor.

O enredo será contado de forma intercalada entre cenas nas quais o elenco atua fisicamente, outras nas quais os atores interagem com os registros audiovisuais de suas memórias e, por fim, o complemento pós-espetáculo.

Neste suspense em multiliguagem, o espectador acompanhará a história de Boris (Duda Woyda), Edu (Gleison Richelle) e Vera (Mariana Moreno), personagens cujas complexidades fogem à lógica maniqueísta do bem e do mal. “Começa com um assassinato, e aí um dos personagens é acusado. E o que acontece durante a encenação é um jogo suspenso, uma troca de poderes. Um personagem se sobressai como o vilão, e de repente o outro que a gente achava que era mocinho se torna o vilão”, explica o diretor, destacando que “todos são algozes e vítimas, digamos assim”.

O título do espetáculo, “Escorpião”, remete à fábula na qual um escorpião pede que um sapo o carregue nas costas para atravessar um rio, mas durante a travessia acaba picando e matando sua “carona”. Ao ser questionado, já que com a morte do sapo ele também estaria condenado a morrer, o escorpião diz ter ferroado porque aquela é sua natureza e que nada poderia fazer para mudar o destino. O diretor, destaca que a montagem discute também as naturezas violentas, “principalmente agora que a violência parece está autorizada”.

SERVIÇO
O QUÊ: Escorpião – espetáculo de teatro-filme
QUANDO: 30 de maio a 9 de junho. Quinta a sábado, às 20h e domingo, às 19h
ONDE: Teatro Vila Velha – Salvador (BA)
VALOR: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

Outras Notícias