Na manhã desta terça-feira, o auditório da CDL foi palco de um evento crucial sobre o clima, contando com a presença do renomado Dr. Humberto Barbosa, PhD em meteorologia pela Universidade de Campina Grande e pela Universidade de Alagoas. O foco do evento foi a evolução climática no nordeste brasileiro e na Bahia, especialmente em Feira de Santana, uma região antes semiárida que está progressivamente se tornando árida e até mesmo desértica.
Segundo o prefeito, Colbert Martins, O Dr. Humberto Barbosa destacou a rápida e violenta transição que está ocorrendo, com mais de 100 municípios na Bahia e vários outros estados enfrentando eventos climáticos extremos. “Essas mudanças repentinas, como a transição de El Niño para La Niña em apenas seis meses, demandam nossa compreensão e ação imediata”, explicou.
Ainda segundo o prefeito a preocupação para Feira de Santana é evidente e se faz crucial reconhecer essa mudança e agir prontamente. ‘Eventos recentes, como as enchentes em janeiro e fevereiro, destacam a urgência de medidas preventivas, como investimentos em drenagem. Embora não resolvam completamente, tais medidas podem mitigar danos futuros, como os observados recentemente no Rio Grande do Sul”, pontuou.
“É fundamental aprender com esses eventos e adotar políticas de prevenção de desastres para evitar perdas humanas. Embora Feira de Santana ainda não tenha alcançado a desertificação, áreas próximas já demonstram sinais preocupantes. Devemos agir agora para evitar que a situação se agrave”, destaca o prefeito.
O meteorologista Humberto Barbosa, informou que 8% desse semiárido está se tornando árido, mas 55% a gente já viu nos últimos 30 anos que mostram que o agreste, que é uma área que tem um pouco mais de diversidade em produção de alimentos, está ficando com as características de uma região climática do semiárido. ” Isso traz uma pressão, não só na questão de entender como a produção de alimentos, abastecimento e questões sociais, porque você traz migração e joga muito mais complexidade no processo, porque quando eu separo ele, ele parece simples, mas quando eu trago ele num contexto de emergência climática, num contexto de segurança alimentar, num contexto de segurança hídrica e de perda de produção de alimentos, não só pela produtividade, mas porque o solo já não produz mais, independente de chover ou não, e isso traz uma certa dificuldade para as prefeituras e Feira de Santana tem um papel muito importante, porque tirando a região sudeste, ela é a região de maior crescimento populacional”, explicou.
Com informações: Elias Lúcio
Por: Mayara Silva