EXCLUSIVO: Aumento de cardiopatias em jovens esta associado ao estilo de vida, alerta o cardiologista Edval Gomes

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O aumento dos casos de ataque cardíaco entre os mais jovens tem chamado atenção da comunidade médica. Infarto, parada cardíaca e acidente cerebral vascular, juntos, compõem a principal causa de morte em todo o mundo, no Brasil, os casos de infartos registrados por mês mais que dobrou nos últimos 15 anos, e a média mensal de internações decorrentes subiu quase 160% no mesmo período – entre jovens de até 30 anos, o crescimento foi 10% acima da média, segundo levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), com base nos dados do Ministério da Saúde.

Em entrevista exclusiva para o site Olá Bahia, o médico cardiologista, Edval Gomes, falou que de fato, estamos observando um aumento significativo de doenças cardiovasculares, como infartos e outras doenças, entre os jovens e isso pode ser atribuído, em grande parte, ao aumento da prevalência de fatores de risco nesse grupo. “Os jovens hoje têm uma maior probabilidade de desenvolver hipertensão, diabetes, dislipidemia e também adotam comportamentos de risco, como o tabagismo, o sedentarismo e uma alimentação inadequada, além da obesidade, à medida que esses fatores de risco se acumulam, a probabilidade de desenvolver problemas cardíacos também aumenta”, salienta.

“Além dos fatores de risco convencionais, os hábitos de vida dos jovens desempenham um papel importante nesse cenário. O uso de drogas ilícitas, como cocaína e LSD, o consumo de anabolizantes em academias e o abuso de álcool, muitas vezes associado a estimulantes energéticos, também aumentam o risco de problemas cardíacos, especialmente em pessoas predispostas a arritmias. Portanto, é uma combinação de fatores de risco tradicionais e comportamentos de alto risco que afetam os jovens”, pontua o cardiologista.

Quanto aos exames para detectar problemas cardíacos precocemente, o médico destacou que é importante destacar que a anamnese, uma entrevista detalhada com o médico, desempenha um papel fundamental e nela são identificados antecedentes familiares, analisado o padrão de comportamento do paciente e avaliada a presença de sintomas.

Além disso, o exame físico realizado pelo médico é crucial para identificar indícios de doenças silenciosas. Após a anamnese e o exame físico, alguns exames são necessários, como:

  1. Perfil lipídico, que deve ser feito pelo menos uma vez ao ano, para avaliar os níveis de colesterol total, colesterol LDL (ruim), colesterol HDL (bom) e triglicerídeos.
  2. Glicemia de jejum e hemoglobina glicada para avaliar a presença de diabetes ou pré-diabetes.
  3. Medição da pressão arterial regularmente, uma medida simples que ajuda a identificar a hipertensão.

Edval Gomes informou que é importante realizar esses exames periodicamente para monitorar sua saúde cardiovascular e adotar medidas preventivas quando necessário. “Lembre-se de que muitos desses problemas podem se desenvolver ao longo do tempo, e a prevenção é a melhor estratégia para evitar complicações cardíacas no futuro”, finaliza.

MORTE SÚBITA 

Quanto à questão da morte súbita, o cardiologista explicou que ela pode ter diferentes origens. “Algumas pessoas podem ter predisposições genéticas para problemas cardíacos que aumentam suas chances de morte súbita. Isso inclui síndromes como Brugada ou QT longo, que envolvem anomalias nos canais elétricos do coração. Essas condições podem ser presentes desde o nascimento, além disso, o envelhecimento natural do sistema circulatório aumenta o risco de problemas cardíacos ao longo do tempo”, destaca.

“No entanto, esse processo pode ser influenciado por hábitos de vida, como a prática regular de atividade física, uma alimentação saudável e o controle de fatores de risco, como hipertensão e diabetes. Bons hábitos de saúde podem reduzir as chances de desenvolver problemas cardíacos, incluindo a morte súbita, associada ao envelhecimento”, destaca o médico.

Portanto, a predisposição genética e os hábitos de vida desempenham papéis importantes na probabilidade de morte súbita. “É crucial para os indivíduos adotar um estilo de vida saudável para mitigar esses riscos, especialmente se houver histórico familiar de problemas cardíacos”, finaliza.

Por: Mayara Silva

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