Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (18), o Ministério Público da Bahia (MP-BA) apresentou o relatório das investigações sobre a morte dos 12 jovens numa ação da polícia militar na Estrada das Barreiras, no Cabula, em Salvador, em fevereiro deste ano. O relatório classificou o incidente como “execução sumária”.
“Sabíamos que tinham muitos jovens naquela noite. Alguns estariam ali naquelas imediações fazendo uso de drogas, mas o que nós apuramos é que eles foram, de certa forma, compelidos a ir para aquele local, pois é o local em que eles fugiam das ações policiais”, afirmou o promotor Davi Gallo.
O promotor afirmou também que a ação da polícia militar naquela noite foi uma emboscada. “Essa operação foi, supostamente, uma vingança. Nós investigamos exaustivamente esta versão dos PMs, mas não encontramos justificativas para a incursão ao local. Nem mesmo a denúncia anônima que eles diziam ter recebido foi encontrada”, disse.
Segundo o promotor, os militares sustentaram a versão inicial de que encontraram “pessoas em bando, armando assaltos a bancos”, quando chegaram na localidade. “Todos eles foram interrogados por mais de cinco horas e encontramos contradições nos depoimentos. As balas encontradas no local foram de PMs e, diga-se de passagem, eles fizeram uso de três metralhadoras. A escolha das vítimas foi aleatória”.
Os policiais podem ter uma pena de até 168 anos de prisão em caso de condenação. “Cada um vai responder na medida da sua culpabilidade. Eles estão respondendo a 12 homicídios triplamente qualificados e seis tentativas de homicídios triplamente qualificados, todos por motivo torpe. Cujo somatório das penas mínimas dá um total de 168 anos para cada um, em caso de condenação”, afirmou o promotor.