Flávio Bolsonaro pagará multa por divulgação de vídeo associando Lula a “demônio”

Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

O Tribunal Superior Eleitoral condenou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador de Cascavel Rômulo Quintino (PL-PR) por divulgação de vídeo que associava o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao “demônio” durante as eleições de 2022.

Os vídeos divulgados nas redes sociais tiravam de contexto uma fala do presidente dita durante evento com líderes do movimento negro em Salvador, em agosto de 2021. “Ontem quando eu cheguei as mulheres no palco jogaram pipoca em mim e me entregaram um santo, me entregaram um Xangô. E nas redes sociais do bolsonarismo, eles estão dizendo que eu tenho relação com o demônio, que eu estou falando com o demônio e o demônio está tomando conta de mim. Mas é uma campanha massiva, é uma campanha violenta como eles sabem fazer, do mal. Eles só sabem fazer isso”, disse Lula na ocasião.

No vídeo editado e repercutido por Quintino, apenas o trecho “Eu estou falando com o demônio e o demônio está tomando conta de mim” da fala de Lula foi utilizado. Flávio Bolsonaro, por sua vez, compartilhou o vídeo do vereador com a mensagem: “Marque seu pastor, padre, rabino nos comentários. Envie este vídeo a sua liderança religiosa e pergunte o que ela pensa disso. A guerra é também espiritual”.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, se posicionou quando o caso foi levado à Corte em setembro de 2022. “Estamos diante de publicações com conteúdo sabidamente inverídico, com viés discriminatório, com discurso de ódio contra determinada religião e tentando jogar aqueles que não pertencem a ela contra um candidato específico. Isso é pré-campanha não permitida. Isso é campanha negativa. A Justiça pode ser cega, mas não é tola. Nós não podemos, no TSE, fazer a política do avestruz, fingir que algo não aconteceu”.

O caso só foi concluído no plenário virtual do TSE, na última sexta-feira (5). A única oposição à condenação partiu da relatora, Maria Claudia Bucchianeri, que defendeu o arquivamento do processo, com a justificativa de que, à época do julgamento, as publicações dos parlamentares já haviam sido apagadas. As infomrações ofram divulgadas pela coluna de Malu Gaspar, no Globo.

Metro1

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