Planejar o destino de uma viagem de férias, arrumar as malas e embarcar. O que para muita gente é motivo de alegria e prazer, pode gerar uma preocupação que afeta milhares de pessoas: o medo de avião. Conhecida pelos especialistas como Aviofobia, essa patologia que se manifesta através do “medo intenso, irracional e persistente de voar de avião”, afeta mais as mulheres do que os homens. Quem afirma isso é o médico psiquiatra Lúcio Botelho, do Espaço Holos. “Em geral, as Fobias Específicas, tipo situacional como a de avião, afetam duas mulheres para cada homem, a partir dos 20 anos de idade”, relata.
Crianças e adolescente também podem sofrer com fobias em geral. “Os casos iniciados na adolescência têm maior risco de perdurar até a idade adulta e raramente apresentam melhora espontânea”, acrescenta o psiquiatra. O medo de voar pode comprometer seu bem-estar físico, psíquico e ascensão profissional que pode ser revelado antes ou durante a viagem. “Aqueles que enfrentam o medo de voar experimentam ansiedade elevada e grande sofrimento, podendo assumir a forma de um ataque de pânico. Porém, grande parte, prefere deixar de viajar ou, quando possível, fazem a viagem de carro ou ônibus”, explica Dr. Botelho.
Embora fobias específicas sejam comuns, um grande percentual de pacientes não procura auxílio psiquiátrico para superá-las. O sofrimento das fobias específicas, quando não reconhecidas como transtornos mentais ou não tratadas adequadamente, pode levar a outras complicações psiquiátricas, como transtornos ansiosos, depressão maior, abuso de drogas e álcool. “Especialmente no caso de viagens de avião, é muito comum as pessoas lançarem mão de tranquilizantes nem sempre com prescrição médica ou ingerir grande quantidade de bebida alcoólica antes e durante o voo”, salienta o especialista.
Com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado o paciente pode alcançar o desaparecimento completo dos sintomas da fobia. De acordo com o Dr. Lúcio Botelho, nestes casos o tratamento indicado é a psicoterapia, associada com técnicas de dessensibilização e de exposição gradativa às situações e objetos temidos. “A cada exposição necessária e inevitável pelo paciente, ele receberá orientação de técnicas de respiração e de relaxamento, para que possa ir se controlando e superando seus sintomas físicos, sua ansiedade e insegurança. Em algumas situações o uso de medicamentos é indicado também”, conclui.