Ford chega a acordo com sindicato e encerra de vez as atividades em Camaçari

Foto: Barbara Ladeira/ Divulgação
Foto: Barbara Ladeira/ Divulgação

Com uma história de duas décadas como responsável por parte importante da atividade econômica do polo industrial de Camaçari, a Ford encerrou de vez suas atividades na Bahia. A montadora de automóveis selou um acordo hoje (12) em assembleia com o Sindicato dos Metalúrgicos (STIM), e pôs fim ao imbróglio que teve início em janeiro, quando anunciou a decisão.

Dos cerca de quatro mil funcionários lotados em Camaçari, aproximadamente 70% será contemplado com o acordo, que prevê o pagamento de indenização mínima de R$ 130 mil para todos eles, independente do tempo de serviço.

O cálculo-base determina que os funcionários operacionais recebam 2,05 salários nominais por ano trabalhado, acrescido de um valor fixo adicional. Já os trabalhadores administrativos têm direito a um salário nominal por cada no trabalhado na montadora. O acordo inclui ainda a concessão de seis meses de plano de saúde por meio do Sindicato e uma remuneração extra para os trabalhadores operacionais que possuem algum tipo de restrição médica.

A multinacional sediada nos EUA informou que vai também promover um programa de qualificação dos profissionais e ajudá-los a se recolocarem no mercado, por meio de uma empresa especializada.

A partir da próxima semana a Ford deve disponibilizar no sistema interno da empresa o Plano de Demissão Incentivada, que precisa ser homologado individualmente por cada trabalhador, que tem um prazo de 15 dias para assinar o acordo. Os que não aceitarem, podem tentar o ressarcimento pela Justiça.

A Ford foi a primeira fábrica automobilística implantada no Brasil, ainda em 1919, sendo a filial no Centro de São Paulo a precursora. Ao longo dos anos a montadora foi expandindo para outras cidades enquanto acompanhava o ‘boom’ dos automóveis em todo o mundo.

Nos anos 30, o dono da multinacional, Henry Ford fundou a Fordlândia, uma vila localizada no Pará e que servia para a obtenção de matéria-prima fundamental para a produção dos carros, como a borracha extraída das seringueiras e utilizada nos pneus.

Na Bahia, a empresa chegou em 2001 onde instalou em Camaçari o Complexo Industrial Ford Nordeste, com procedimentos avançados de tecnologia e produção. À época, o investimento na fábrica foi de R$ 1,3 bilhão com a estimativa de 150 mil carros montados por ano.

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