Gestão da UEFS notifica estudantes em greve para desocuparem instituição

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Na terça-feira (7), a Administração Central da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), apresentou uma Notificação Extrajudicial para o Comando de Mobilização da UEFS (Comob) em que estabelece o prazo de 48 horas, que termina nesta sexta-feira (10), para desocupação do prédio da Reitoria da UEFS e liberação do pórtico da universidade para desenvolvimento pleno das atividades, sob pena de adoção de medidas judiciais, caso a desocupação não seja efetivada.

No documento a UEFS destaca que desde o início vem buscando diálogo e soluções para atender os pleitos estudantis e acrescenta que as reivindicações são legítimas, mas diz também que a greve está gerando prejuízos com a proibição de empresas responsáveis pelo restaurante provisório e pavimentação, além do impedimento do material de consumo como a entrega de rações de animais do Biotério.

O Comando de greve, através de nota, disse que considerou a notificação como ameaça e descumprimento do termo de não retaliação e informou a gestão que eles permanecerão na ocupação e que a situação só mudará depois de outra assembleia estudantil que será solicitada à reitoria.A associação dos docentes considerou a atitude como criminalização do movimento estudantil. A última Assembleia Docente, através da ADUFS, respaldou o apoio da categoria ao movimento estudantil. “Entendemos que a escuta ativa e a proteção do patrimônio público, visando minimizar os prejuízos acumulados diante de uma greve, são premissas fundamentais para o bom andamento das negociações. A falta de acesso à instituição traz consequências políticas, sociais e financeiras; neste sentido, o estabelecimento do diálogo e a reflexão acerca das consequências de cada ação é fundamental para dirimir os impactos nas dinâmicas da comunidade universitária. Também por isso, o acionamento judicial ou sua prévia é incompatível com a redução de tensões, o que pode ainda comprometer e alongar o processo. Diante deste quadro, a Adufs reitera sua defesa do direito à livre manifestação, se opondo à qualquer tentativa de punição, retaliação ou perseguição ao Movimento Estudantil, seja por via judicial ou de qualquer outra ordem, assim como reforça sua defesa às liberdades democráticas no seu sentido mais amplo que compreende também o direito à livre manifestação dos movimentos, respeitando a autonomia das categorias na condução dos processos junto ao seus pares e com base nos regimentos institucionais”.

A ADUFS diz ainda que a notificação é uma atitude considerada pela(os) representantes da Administração como incontornável, diante da posição que ocupam, para nós, é também indiscutível que o lugar que nos cabe é ao lado dos movimentos sociais e contra qualquer tentativa de criminalizá-los. “Este processo serve somente aos interesses do governo do Estado, grande responsável pela greve estudantil, que permanece indiferente aos impactos na UEFS e nas universidades estaduais da Bahia. Dando continuidade ao processo de sucateamento das instituições de ensino superior, intensificada pelos seus antecessores, o governo Jerônimo Rodrigues (PT) opera para a destruição do serviço público por meio de ataques ao funcionalismo e às universidades”.

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