A “Operação Placebo”, desencadeada nesta terça-feira pela Polícia Federal, teve por base duas investigações conduzidas pela força-tarefa da Lava-Jato no Rio e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Ambas relacionam o nome do governador do Rio, Wilson Witzel, com empresários e gestores envolvidos com desvios nos recursos destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus no estado. Um dos indícios foi obtido por promotores estaduais após ouvir durante seis horas, na semana retrasada, o ex-subsecretário estadual de Saúde Gabriell Neves, que encontra-se preso no Presídio José Frederico Marques, em Benfica.
Outro indício que motivou as buscas e apreensões de hoje (12, no total), autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi uma prova arrecadada nas investigações da “Operação Favorito”, iniciativa da força-tarefa da Lava Jato há duas semanas, com elementos da relação entre o governador e o empresário Mário Peixoto, preso na ocasião.
Outra suposta menção a Witzel nas investigações da Favorito ocorreu durante uma ligação entre o empresário Luiz Roberto Martins Soares, um dos principais alvos da operação, e o ex-prefeito de Nova Iguaçu Nelson Bornier na qual os dois mencionaram a revogação de uma resolução conjunta das secretarias estaduais de Saúde e da Casa Civil que desqualificou o Instituto Unir Saúde para seguir à frente das UPAs do estado no ano passado. (G1)