Governo diz que Aedes aegypti é a principal ameaça à saúde pública do país

Segundo agentes, no verão, a quantidade de água acumulada nos bueiros aumenta, por conta das chuvas corriqueiras. (Foto: Reprodução/GPS Gospel)
Segundo agentes, no verão, a quantidade de água acumulada nos bueiros aumenta, por conta das chuvas corriqueiras. (Foto: Reprodução/GPS Gospel)
Secretário Fábio Vilas-Boas entrega ao ministro Marcelo Castro um documento com as necessidades conjuntas dos estados do Nordeste. Foto: Amanda Oliveira/GOVBA
Secretário Fábio Vilas-Boas entrega ao ministro Marcelo Castro um documento com as necessidades conjuntas dos estados do Nordeste. Foto: Amanda Oliveira/GOVBA

Os secretários estaduais de Saúde do Nordeste, sob coordenação do vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) e secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, se reuniram nesta sexta-feira (20), em Salvador, para construir uma estratégia agressiva de combate ao aedes aegypti e controle dos agravos.

Há cerca de 30 anos o país convive com o mosquito aedes aegypti e os ciclos de dengue sem que haja resultados efetivos. Ao acrescentar a transmissão de outras doenças pelo mesmo vetor, como chikungunya e zika virus, e a suposta associação com o aumento do número de casos relacionados à microcefalia e síndrome de Guillain-Barré, constata-se que o País, sobretudo a região Nordeste, enfrenta uma séria ameaça à saúde pública.

Na pauta com o ministro da saúde, Marcelo Castro, foi entregue um documento com as necessidades conjuntas dos estados e, entre os destaques, o pleito de que o ministério reconheça o mosquito aedes aegypti como a principal ameaça à saúde pública do País. “Precisamos de ações enérgicas e estratégias de combate inovadoras, além de uma estrutura de financiamento própria para combater o mosquito e a consequente transmissão das arboviroses e o controle de suas complicações”, disse Fábio Vilas-Boas.

Fundo nacional

O documento, além de conclamar maior envolvimento do Estado brasileiro com a integração das três esferas de governo e participação efetiva da sociedade civil, propõe envolver setores governamentais, por vezes, alheios à situação, como Meio Ambiente, Infraestrutura, Desenvolvimento Urbano, Fazenda, Educação, Comunicação e Assistência Social.

Os secretários estaduais de Saúde também propõem, diante da necessidade de enfrentamento do problema, a criação de um Fundo Nacional para que recursos sejam aplicados de forma exclusiva em ações de combate às arboviroses.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, que decretou no último dia 11 de novembro situação de emergência em saúde pública no Brasil, o que não se fazia desde 1917, período em que a ameaça era a gripe espanhola, explicou aos secretários da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, que vem adotando todas as medidas possíveis. “Convocamos 17 ministérios para auxiliar no combate ao vetor e vamos utilizar todas as armas possíveis. Não vamos dar trégua”, disse o ministro durante a reunião com os secretários.

Quanto à microcefalia, o ministro afirmou que “vamos dar respostas à sociedade, da forma mais forte que conseguirmos, pois ainda é um problema circunscrito ao Nordeste, mas será um problema nacional e internacional”.

Arboviroses na Bahia

No boletim divulgado, nesta sexta-feira, pela Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde da Sesab, entre janeiro e 18 de novembro de 2015, foram notificados 62.635 casos suspeitos de zika, 19.231 casos suspeitos de chikungunya e 49.592 casos prováveis de dengue na Bahia.

Em relação à microcefalia, que não é doença nova, até o momento, foram registrados 13 casos no estado. Ainda não é possível ter certeza quanto à causa do aumento dos registros de microcefalia ocorridos nos sete estados. Todas as hipóteses vêm sendo minuciosamente analisadas pelo Ministério da Saúde e qualquer conclusão no momento é considerada precipitada.

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