Incontinência urinária e a depressão masculina

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O Setembro Amarelo é um período propício para refletir acerca da saúde mental e emocional do homem e, na urologia, a incontinência urinária é apontada como uma das principais causas da depressão em pacientes masculinos. A informação é do urologista cirurgião, Eduardo Cerqueira, que alerta para a necessidade de um olhar médico multidisciplinar sobre esse paciente que chega ao seu consultório com o problema urológico, mas também com problemas emocionais originados da própria incontinência, condição duas vezes mais comum em mulheres do que em homens.

De acordo com o especialista, é comum as pessoas acreditarem que a principal causa da depressão masculina seja a disfunção erétil, porém, “os quadros de incontinência urinária, apesar de bem menos abordado, é muito mais importante nesse cenário, quando o assunto é a saúde emocional do homem”, ressaltou Dr. Eduardo Cerqueira. O cirurgião explica o fato de o homem como sendo aquele que, muitas vezes, é o provedor da casa, tem a vida motivada pela competitividade, e, “quando não consegue dar o melhor resultado, não consegue exercer seu trabalho, tudo isso acaba afetando muito psicologicamente esse homem”, frisa o cirurgião.

O urologista cita tais condições justamente pelo fato de que, quando o paciente apresenta o quadro de incontinência urinária, a insegurança afeta sua vida pessoal e profissional, pois qualquer trabalho que este homem for realizar, precisando ficar muito tempo sem urinar ou sendo uma atividade que exija um esforço maior, provavelmente a perda de urina acontecerá. “Essa, sem dúvida, é uma das questões que mais afligem os homens que sofrem de incontinência: não conseguir controlar a urina”, frisou o cirurgião. Além disso, ainda existem o medo de que o cheiro do escape seja percebido pelos outros ao redor; o receio de que o uso de fraldas, quando é necessário este uso, seja perceptível, e o próprio incômodo com a troca frequente das fraldas.

As principais causas da incontinência urinária masculina são questões relacionadas a cirurgias e o aumento benigno da próstata. “Quando existe o crescimento da próstata, o paciente sente dificuldade em eliminar toda a urina, ficando parte desta urina retida na bexiga. Isso faz com que o intervalo seja menor e ele urine mais vezes ao longo do dia. A bexiga enche mais rápido, justamente pelo fato de parte dela já está com o líquido. Isso faz com que o paciente tenha o que chamamos de urgência, ou seja, o paciente tenha uma vontade quase que incontrolável de urinar. Em quadros mais graves, nessa urgência, ele tem perdas e pode molhar a roupa”, explicou Dr. Eduardo Cerqueira. Existe ainda a incontinência urinária causada por tratamentos pós cirurgias de câncer de próstata, do reto, radioterapias para tratamento de outros cânceres, que podem comprometer o esfíncter, órgão responsável pelo controle da urina.

Para o especialista Eduardo Cerqueira, o sofrimento e a baixa qualidade de vida de quem convive com a incontinência urinária, principalmente por conta da pressão social e riscos da depressão e isolamento, precisam ser levados em conta. Os avanços nos últimos anos com procedimentos de excelentes resultados são uma realidade. O exemplo é o próprio esfíncter artificial que mantém a uretra fechada e impede o vazamento da urina. ‘O resultado é fantástico. Você pega pacientes com quadros de incontinência total, em que ele não retém nada de urina, você faz esse procedimento e o paciente volta a ter continência ou só pequenas perdas, volta a ter uma vida normal”, explicou.

 

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