Uma infestação de caramujos africanos deixa moradores do município de Ilhéus preocupados. Os bichos se espalharam por várias ruas e quintais dos imóveis e as pessoas estão com medo de contrair doenças.
No bairro Teotônio Vilela, a moradora Ângela Oliveira destaca ao G1 que parou de usar as ervas cultivadas no quintal de casa para fazer temperos e chás por causa da infestação. Ela conta que tem receio de usar as plantas na cozinha. “A gente tem medo de contrair alguma doença contagiosa que dê trabalho para curar”, afirma Oliveira.
O caramujo africano pode mesmo representar grande ameaça, conforme especialistas. O coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Ilhéus, Aloísio Leite, afirma que já existem casos em vários países e estados brasileiros de pessoas que tiveram contato com a secreção do caramujo e apresentaram doenças. “Há registro de um tipo meningite, que já chegou a Recife, e uma verminose que perfura o intestino, causando dor abdominal aguda”, aponta Leite.
O caramujo africano adulto é escuro e tem carapaça listrada. Cada um dos bichos põe até dois mil ovos por ano. A rapidez na reprodução é pelo fato de que eles não precisam de parceiro, são hermafroditas. Os moradores do bairro Barra de Taipe também estão assustados com a infestação. Na localidade, muitos moradores chegam a utilizar sal para matar os caramujos, mas o centro de zoonoses afirma que o melhor a se fazer é entrar em contato com o órgão.
Os agentes aplicam um determinado tipo de veneno que mata os caramujos e lesmas, como foi feito na casa da empregada doméstica Liziane Rodrigues. Ela também recebeu orientações sobre como proceder para evitar o aparecimento dos bichos. “A gente tem que limpar o terreno direitinho, sem deixar vasos e lixo espalhado. Oque atrai eles é a umidade”, destaca Rodrigues.
