ISAS lança “Lá no Quintal Tem” e beneficia comunidade com cultivo de alface hidrôponico

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“Lá no Quintal Tem”. Com a ideia de resgatar a cultura do cultivo de hortas e ervas medicinais em casa, nos quintais, o Instituto de Saúde e Ação Social (ISAS) lançou este projeto que não apenas beneficia a comunidade local como tem a ideia de replicar o conhecimento e fazer com que famílias encontrem em seus próprios quintais uma forma de se manter economicamente.


Idealizado pela engenheira agrônoma Maria Clara Figueiredo, o “Lá no Quintal Tem” iniciou com o cultivo de 500 pés de alface (tanto o verde quanto o roxo) hidropônico, ou seja, sem utilização de terra e sim da água.
“Tínhamos um quintal de cerca de 200 metros quadrados em desuso, a gente só tinha a goiabeira que já existia quando a gente chegou aqui e a murta. E tivemos a ideal inicial da hidroponia in floating que é uma novidade para a região, que normalmente são utilizados canos, mas aqui temos piscinas flutuantes parecendo de criança mesmo, o que deixa a baixo custo. Começamos com 500 pés de alface que são a capacidade das nossas piscinas”, informou.

Para a montagem do cultivo hidropônico foi investido cerca de R$5 mil reais, porém, quem levar a ideia a diante, pode chegar a ter uma renda de R$2 mil reais mensais. E este é um dos objetivos, capacitar pessoas de baixa renda para que através do cultivo em casa, possam se manter. “A ideia é que esse projeto seja replicado para outros quintais de quem tenha interesse, porque a gente quer principalmente garantir renda para outras pessoas já que temos capacidade de fazer isso, trazer capacitação para dentro da ONG além de garantir renda para as mulheres que normalmente são quem cuida de quintais produtivos”, destacou.

Com o lançamento do projeto “Lá no Quintal Tem”, o ISAS em breve já deve oferecer capacitação. “Vamos iniciar em turmas pequenas principalmente porque quanto menos pessoas, melhor para repassar o conhecimento, mas também termos uma periocidade, todo mês oferecer algum curso ligado a agricultura”, pontuou Maria Clara.

Resgate cultural – o diretor do ISAS, Radival Galiano, vê como uma grata surpresa a transformação sofrida pelo quintal da instituição. “Para mim foi muito bacana a ideia de pegar esse quintal e transformar e foi uma transformação radical, e o melhor, poder dizer que esse quintal pode ser sustentado, sustentar uma família. Eu ainda via com outro viés, o cultural. A gente perdeu aquela coisa que no passado, não muito distante, a gente pedir ‘me dê uma folha’ de coentro, ah ‘no quintal tem’, principalmente nos locais mais periféricos onde os vizinhos se ajudavam”, relembrou o diretor.

Galiano destaca o papel social. “Foi tido como uma surpresa extremamente agradável e mais ainda de dizer que estamos doando 500 pés de alface para a merenda escolar, e mais agradável ainda de a gente pode estar atendendo famílias que poderão tirar seu sustento do próprio quintal”, ressalta.

Doação – a comunidade situada no entorno do ISAS, situado no Jardim Acácia, é beneficiada com o cultivo das hortaliças da instituição. Maria Clara Figueiredo, coordenador do projeto, informa que semanalmente há doações do que foi produzido no quintal à escolas municipais. “Atualmente temos cinco escolas que são atendidas, a gente faz a média da quantidade devido ao número de alunos, então toda semana atendemos mil alunos”, disse e completou: “As pessoas que tomam curso também são beneficiadas com nossos alfaces, com nossas hortaliças”, salientou.

Variedade de hortaliças – Além do alface são produzidas outras hortaliças no cultivo de horta vertical como almeirão, espinafre, acelga, mostarda, agrião d’água, e há ainda os que são cultivados em vasos como beringela, maxixe, pimentão. De árvores frutíferas, também em vasos, tem ainda laranja limão, abacate, tangerina, que em virtude da pouca quantidade, servem apenas para consumo próprio da instituição e das pessoas que frequentam os cursos ofertados. A escolha desses outros cultivos se deu pela adaptação ao ambiente e o clima.

“A variedade foi escolhida diante da adaptação da região, já observamos que algumas variedades de tomate não conseguiram se adaptar, a beringela tivemos uma boa adaptação que já estamos na terceira fase e com certeza continuará sendo cultivada”, disse.

Aquaponia e criação de abelhas – Em parceria com o curso de Agronomia da Universidade Estadual de Feira de Santana, por meio do professor Gilberto Mendonça, serão criadas tilápias. Inicialmente serão colocadas 100 tilápias, para que sejam engordadas até o momento do consumo, além da reprodução dos peixes ser uma consequência.
A criação de abelhas sem ferrão já foi iniciada, a espécie Jataí foi a escolhida por se adaptar melhor ao ambiente.

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