Réus da Lava Jato, os marqueteiros baianos João Santana e Mônica Moura pediram ao juiz federal Sérgio Moro para serem absolvidos do crime de corrupção passiva a que respondem por envolvimento no caixa 2 de campanhas petistas. A solicitação consta nas alegações finais enviadas pela defesa de ambos a Moro, que deve concluir na próxima semana o julgamento do processo referente à propina desviada da Petrobras para pagar o casal por serviços prestados ao PT.
Os advogados de João e Mônica admitem a culpa dos dois no esquema de lavagem de dinheiro por meio de depósitos em contas secretas no exterior. No entanto, argumentam que, em vez de “beneficiados pela corrupção”, os marqueteiros acabaram “prejudicados” por ela.
Crime e castigo
“De forma inadvertida e traiçoeira, foram envolvidos em uma estrutura gigantesca e pavorosa (…). O pagamento que receberam, e que remunerou seus talentos e de centenas de profissionais de sua equipe, transformou-se na destruição de suas carreiras”, justifica a defesa dos publicitários. Além deles, também são réus na mesma ação o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e mais 11 investigados, em grande parte, antigos membros da cúpula da Odebrecht.
Arame farpado
Os advogados de João Santana e Mônica Moura solicitaram a Sérgio Moro que, caso ambos sejam condenados, aplique as penas já acertadas no acordo de delação premiada firmado entre eles e o Ministério Público Federal. Entre as quais, um ano e seis meses em regime fechado domiciliar com tornozeleira eletrônica, o mesmo tempo em prisão semiaberta e mais 12 meses no sistema aberto, além de restrições a visitas e viagens. O casal também ficaria impedido temporariamente de trabalhar com marketing político ou atuar em campanhas eleitorais no Brasil e no exterior.
Da coluna Satélite, publicada no Correio 24 Horas.
