Jogos de tabuleiro resgatam brincadeiras do passado e atraem jovens e adultos em Salvador

Mulheres ainda são minoria nos jogos de tabuleiro — Foto: Jordan Veloso/ G1
Mulheres ainda são minoria nos jogos de tabuleiro — Foto: Jordan Veloso/ G1

Jogos como “Banco Imobiliário” e “Pega Varetas” faziam parte da rotina das crianças nos anos 80 e 90. Com a evolução da internet e dos vídeo games, esse tipo de brincadeira perdeu espaço. Entretanto, tem gente que resiste aos modismos e prefere atividades mais tradicionais. Esse tipo de público tem procurado espaços para se reunir em Salvador. Conhecidos como “luderias”, um destes locais é a casa de jogos São Jogue.

No auge da era digital, muitas pessoas têm o costume de convidar os amigos para jogar dama, xadrez, “Imagem e Ação” ou “Uno”. Pensando nisso, os irmãos Karina e Cauê La Farina decidiram investir em espaços para reunir amantes dos jogos de tabuleiro, assim como eles.

De acordo com o empresário, foi a irmã que percebeu que em Salvador havia uma carência nesse tipo de mercado, que já existe em outras grandes cidades.

“A gente pensou em adaptar o nosso hobby, que é jogar, transformando isso em negócio”, afirma Cauê.

Cauê é um dos criadores da casa de jogos São Jogue, em Salvador — Foto: Jordan Veloso/ G1

Ele conta que a primeira unidade foi aberta em junho de 2018 e, em menos de um ano, o negócio já conta com três unidades: duas em Salvador (bairro da Pituba e Shopping Bela Vista) e uma em Lauro de Freitas (Vilas do Atlântico). Até agora, os três espaços já receberam cerca de 33 mil pessoas de todas as idades.

“Estamos bem felizes com os nossos resultados e com o público que estamos conquistando”, diz o empresário.

De acordo com Winnie Azurza, gerente de uma das lojas, pais levam filhos, que levam amigos, e assim por diante, aumentando e diversificando a clientela.

“A gente recebe aqui adultos, avós, crianças, famílias inteiras que se reúnem em busca de algo novo e ao mesmo tempo bem conhecido”.

As casas oferecem salas especialmente equipadas para jogos diversos, inclusive com isolamento acústico. Há também espaços para reuniões e pequenas comemorações de aniversário. Também contam com projetores e karaokês, além lanchonetes, onde são vendidas comidas e bebidas. É possível reservar mesas e salas através do site da São Jogue.

Além disso, são vendidos souvenirs, quadros, camisetas para amantes de cultura geek. Jogos diversos também são comercializados para quem quiser estender as brincadeiras para além das “luderias”, como os locais são conhecidos.

Um dos frequentadores da São Jogue é o estudante Rafael Facuri. Ele tem 18 anos e relata que desde a infância os jogos de tabuleiros fazem parte dos momentos de diversão dele. Ele classifica a atividade como clássica.

Rafael começou jogando War, Banco Imobiliário e Uno na forma física e hoje joga também no mundo digital. Entretanto, ele garante que o virtual não substitui o prazer de reunir os amigos para jogar pessoalmente. “É diversão garantida para quem joga”, reforça.

Dados

A venda de brinquedos movimentou R$ 6,8 bilhões em 2018 em todo o Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedo (Abrinq). Cerca de 10% desses negócios envolveram jogos de tabuleiros. A Bahia foi o estado do Nordeste com maior volume de negociações do setor.

De acordo com o levantamento do site Ludopedia, a maior parte das pessoas que consomem este tipo de produto tem entre 31 a 40 anos. Em seguida, vêm os jovens com idade entre 19 e 25 anos. A mesma pesquisa apontou que 75% das pessoas que jogam frequentemente são homens e 25% são mulheres. Informações G1

Outras Notícias