Juros do consignado do INSS sobem, mas ainda são os menores do mercado

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Os juros de empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS ficaram mais caros a partir desta segunda-feira (9). Especialistas consideram a medida como uma tendência natural após o acréscimo da taxa de básica de juros (Selic) e da inflação no Brasil. Mesmo com o reajuste, os empréstimos consignados ainda são as taxas de juros mais baratas do mercado.

Para o empréstimo pessoal, o percentual passa de 2,14% para 2,34% ao mês. Para os empréstimos feitos pelo cartão de crédito, a taxa sobe de 3,06% para 3,36% ao mês. O acréscimo foi aprovado no mês passado pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) e publicado ontem no Diário Oficial da União.

O reajuste torna o crédito mais caro. Como exemplo, um aposentado ou pensionista que pegou um empréstimo de R$ 5 mil com juros antigos, a 2,14%, para pagar em 24 meses, paga uma parcela de R$ 268,57. Nos dois anos, o valor total pago à instituição financeira é de R$ 6.445,68. Com a nova taxa de juros, a prestação sobe para R$ 274,65 e o valor total para R$ 6.591,60.

O mesmo valor, de R$ 5 mil, com os novos juros de 3,36% para empréstimos no cartão de crédito, geram parcelas de R$ 306,80 e um pagamento total de R$ 7.363,20, no final de 24 meses. Conforme o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Oliveira, o efeito imediato do acréscimo de juros é o aumento da dívida de quem toma empréstimo. “Do ponto de vista de quem toma empréstimo, toda elevação é ruim, porque as dívidas aumentam, fica mais caro contrair”, pontua Oliveira.

No entanto, o diretor da Anefac relembra que os empréstimos consignados são os juros mais baratos do mercado e podem servir de ajuda para quem está precisando se livrar de dívidas mais altas, como o cartão de crédito. “Os juros ainda são inferiores ao cheque especial, ao cartão de crédito. É uma boa alternativa para quem precisa, é preciso avaliar a capacidade de pagamento”, declara Oliveira.

Uma das medidas anunciadas, de ampliar o limite das prestações para de 30% dos rendimentos para 35%, somente para aqueles que necessitam do dinheiro para quitar dívidas de cartão de crédito, apontam uma das utilidades deste tipo de empréstimo. Um conselho útil para aposentados e pensionistas, segundo Miguel Oliveira, é evitar pegar empréstimos para terceiros, mesmo que sejam da família. A prática pode comprometer até 30% da dívida do beneficiário.

Avaliação

Para o presidente do Sindicato dos Aposentados da Bahia, Nilson Bahia, os empréstimos devem ser tomados apenas em casos extremos de necessidade, sempre avaliando as possibilidades de pagamento. “Não somos contra os empréstimos. Mas as pessoas tem que saber comprar dinheiro, da mesma forma que você tem que saber a comprar alimentos, ou qualquer outro produto. É preciso ter a mesma consciência. Cada um sabe das suas necessidades. Essa necessidade tem que ser transformada em uma solução, não na criação de outro problema”, afirma Bahia.

Com informações do site do jornal A Tarde.

Foto de capa extraída do site Esplanadagora.

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