O Governo da Bahia enviou para a Assembleia Legislativa um projeto que solicita autorização para a contratação de empréstimo no valor de R$ 1,5 bilhão, junto ao Banco do Brasil. Como o governo possui maioria na Assembleia Legislativa da Bahia, o requerimento de urgência conseguiu ser aprovado, na segunda-feira (15) e, agora o projeto deve seguir para votação no plenário. A bancada de oposição, no entanto, se posiciona contra e diz que fará a obstrução da matéria.
Em entrevista ao Jornal Transbrasil com Carlos Geilson, nesta quarta-feira (17), o deputado Sandro Régis, líder da oposição, explica o porquê do posicionamento da sua bancada.
“Não enxergamos com bons olhos a forma como o governo quer impor a autorização de um empréstimo de R$ 1,5 bilhão, votando um requerimento de urgência, e, consequentemente, fechando as portas para que esse projeto fosse discutido amplamente na Casa, fosse tramitado nas comissões pertinentes. Isso nos deixa tristes porque a Casa abre mão da prerrogativa de ter o parlamento para defender a sociedade e o interesse dos baianos e passa a ser novamente uma secretaria de governo, atendendo meramente a vontade do governador”, diz Régis.
De acordo com o deputado, o estado não informou como pretende gastar esse dinheiro. “O governo quer mais uma vez um empréstimo cheque em branco, onde nós não temos nenhum dado, nenhuma informação de quando e como será esse gasto. E, como esse dinheiro é público, é da sociedade baiana, o parlamento deveria ter um pingo de responsabilidade em aprovar um empréstimo desse tendo as informações necessárias. Como, mais uma vez, o governo esconde essas informações, a nossa bancada de oposição irá votar contra, como também faremos a nossa obstrução”.
A votação do empréstimo está prevista para essa quinta-feira (18). No entanto, Sandro Régis diz que um projeto como esse merecia amplo debate antes de ser votado. “Votaram o requerimento, não quiseram fazer o debate. Poderiam ter levado esse projeto para as Comissões. Mas o governo usou da sua maioria absoluta querendo passar, mais uma vez, o rolo compressor. E isso vai dificultar muito a relação entre a nossa bancada de oposição e a bancada de governo”, disse o líder da oposição.
Sandro destaca ainda o quão é perigoso aprovar tal empréstimo sem que a Casa tenha noção concreta de como estão as finanças do estado. “Não podemos dar um cheque em branco e não termos a informação de qual o nível de endividamento que o estado vai estar no futuro tomando mais R$ 1,5 bilhão”.
