Lula lança chapa com Alckmin

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Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (7) que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) não será ministra de seu governo, caso seja eleito. A declaração foi dada durante o evento que oficializou a chapa Lula-Alckmin para concorrer à Presidência da República em 2022. “Tem muita gente, na perspectiva se criar confusão entre nós dois, que diz: ‘você vai levar a Dilma para o ministério?’. Nem eu vou levar e jamais a Dilma caberia em um ministério. Porque a Dilma tem a grandeza de ter sido a primeira mulher presidente da história deste país. Dilma, você não vai ser ministra, mas vai ser minha companheira de todas as horas como sempre foi”, disse Lula.

Em abril, Lula já havia descartado a presença de Dilma em seu governo. “Eu acho que não dá certo chamar um presidente para ser seu ministro, você vai tornar ele uma figura inferior a você na escala de autoridade. A tendência é dar problema”, disse em entrevista a uma rádio.

O evento deste sábado começou por volta das 10h30 e reuniu lideranças políticas e apoiadores no Expo Center Norte, na Zona Norte de São Paulo. A expectativa era a de que os antigos adversários Lula e Alckmin aparecessem juntos no palco para reforçar a imagem da nova aliança. Alckmin, no entanto, participou apenas de forma virtual, já que foi diagnosticado com Covid-19 na sexta-feira (6).

O ex-governador de São Paulo foi o primeiro a falar. Em discurso apresentado no telão, Alckmin lamentou que a Covid-19 tenha impossibilitado sua presença, mas agradeceu à vacina por ter tido apenas sintomas leves da doença. “Nenhuma divergência do passado, nenhuma diferença do presente, nem as eventuais discordâncias de hoje ou de amanhã. Absolutamente nada servirá de razão, desculpa ou pretexto para que eu deixe de apoiar ou defender com toda minha convicção a volta de Lula à Presidência do Brasil. […] Acima das disputas, algo mais urgente e relevante se impõe: a defesa da própria democracia”, disse Alckmin.

Ele criticou o atual governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição. “O Brasil sobrevive hoje ao mais desastroso e cruel governo da sua história. Perdulário nas despesas públicas, hipócrita no combate à corrupção, patrocinador de conflitos temerários e querelas inúteis, despreparado na questão de economia, ineficiente administrativamente e socialmente injusto e irresponsável. […] Prometemos hoje ao Brasil um governo realmente democrático.”

“Temos muito a aprender com os povos indígenas”, falou Lula. “Defender a nossa soberania é garantir a posse de suas terras aos povos indígenas, que estavam aqui milhares de anos antes da chegada dos portugueses, e que foram capazes de cuidar delas melhor do que ninguém. E que agora estão vendo seus territórios invadidos ilegalmente por garimpeiros, grileiros e madeireiros.”

“Nunca um governo como esse que está aí estimulou tanto o preconceito”, discursou o pré-candidato.

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