Marginais se passam por compradores de casa e fazem cinco mulheres reféns perto do Complexo Policial do Jomafa

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Quando anunciou uma casa para vender em um conhecido aplicativo de compra e vendas, uma psicóloga feirense não imaginava que ela e mais quatro mulheres da família iriam viver horas de terror. Marginais se passaram por compradores e fizeram as cinco mulheres reféns.

O caso aconteceu no dia 7 de julho, mas a polícia só autorizou a família divulgar nesta quarta-feira (21). Curioso é que o caso aconteceu no conjunto Jomafa, vizinho ao Complexo Policial. Nem isso intimidou os bandidos, que após algumas horas com cartões bancários das vítimas, fizeram uma verdadeira limpa.

O repórter Carlos Valadares, do Programa Jornal TransBrasil, na Rádio TransBrasil, comandado por Carlos Geilson, entrevistou uma das vítimas, que pediu para não ser identificada. Confira a entrevista.

Carlos Valadares – Como tudo aconteceu?

Vítima – Meu irmão colocou um anúncio na OLX para vender a casa do Conjunto Jomafa. Uma pessoa entrou em contato querendo ver a residência. Marcou para as 8 horas e chegaram pontualmente. Vieram dois homens: um garoto, de 20 e poucos anos, e um homem de 45 a 50 anos. A gente permitiu que olhassem a casa. Quando ele viu quantas pessoas tinham na casa, ele anunciou o assalto.

Carlos Valadares – A partir daí, como tudo aconteceu?

Vítima – Um deles, o mais velho, pediu os cartões e as senhas e informou que, a partir de agora, ele só iria sair da casa meio-dia. Entreguei os cartões que realmente tinham mais dinheiro, porque ele pediu logo os cartões que tinham dinheiro. Começaram a bagunçar todas as bolsas, desarrumou a casa toda, procurando dinheiro e cofre, que eu informei que não tinha.

Carlos Valadares – Quem estava na casa?

Vítima – Foi na casa minha avó, de 90 anos, minha mãe de 70, e duas tias: uma deficiente física e a outra deficiente mental, de 60 anos, além de mim, porque eu fui para mostrar a casa.

Carlos Valadares – Quantos assaltantes? Estavam em cinco? Enquanto dois ficaram com a senhora, dentro de casa, um outro saiu para fazer compras, foi isso?

Vítima – Eles chegaram de carro. Pelo que a gente viu pelas câmeras, era um Gol, vermelho, de vidro fumê, 100%. Eram cinco pessoas. Um disse: vão ficar dois com você aqui, tem mais dois lá fora, então não tentem nada. E eu vou sair para comprar. Quando eu voltar, vai todo mundo embora, não vai ferir ninguém.

Carlos Valadares – Estavam armados?

Vítima – Todos armados. O que saiu para comprar tem uma característica psicopata. Ele é muito calmo, muito tranquilo. E os outros ficaram nervosos porque são novos. Teve um até que chorou, porque a gente começou a orar, conversar com ele, que se emocionou. E a gente aconselhou que ele saísse dessa vida. Mas, muito tranquilo. Não xingaram em momento algum, não ameaçaram, não ficaram mostrando a arma o tempo todo.

Carlos Valadares – A senhora calcula o prejuízo em torno de quanto?

Vítima – Eles levaram mil e poucos reais em dinheiro, compraram quatro mil reais em ouro, em duas lojas de ouro aqui em Feira, de joias, e levaram cinco celulares novos.

Carlos Valadares – A aparência desses elementos, as suas características, a senhora consegue descrever?

Vítima – Pelo menos os três que ficaram em casa eu consigo. Um tinha cerca de 1,60, mais ou menos, e os outros dois tinham 1,80 e 1,70. Todos três tinham sotaque nordestino mais para cima, tipo pernambucano, paraibano, pelo sotaque e o jeito de falar.

Carlos Valadares – A senhora prestou uma queixa e aguarda, ainda, uma providência da Polícia, não é?

Vítima – Sim. Policiais até entraram em contato com alguns setores de informação do CPF, do ladrão, porque a gente estava investigando se o CPF era do ladrão mesmo, ou de alguém que tinha sido assaltado. E estão investigando. Tem um policial que está em contato com a gente direto, mas a queixa foi prestada lá e não tivemos respostas maiores.

Carlos Valadares – Fica o alerta para pessoas que divulgam bens, principalmente residências em vendas, em sites de vendas, site de negócios. Ficar atentas, né?”

Vítima – Sim. Porque, no momento, a gente tem amizade com os policiais, a casa é próxima com a Delegacia, e eu tive a ideia, eu vou chamar um policial para acompanhar a gente na visita dos interessados. Mas, no momento, a gente fica assim pensando: será que é muito cuidado? Será que está enlouquecendo? E, às vezes, é bom a gente ouvir o sexto sentido e fazer realmente isso, e se resguardar. Porque foi ladrão mesmo.

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