Médico é investigado por tomar doses da vacina de Oxford e da CoronaVac

Dr. Oliveira

A prefeitura de Assis (SP) está investigando um médico da cidade que foi às redes sociais para anunciar que tomou “por conta própria” duas doses de vacinas diferentes contra a Covid-19. O caso também é investigado pela cooperativa médica à qual ele pertence através de processos na Justiça.

No vídeo publicado no Youtube, na segunda-feira (15), o médico Oliveiro Pereira da Silva Alexandre, que se apresenta como “Dr. Oliveira”, admitiu que tomou primeiramente uma dose da CoronaVac e, segundo ele, menos de uma semana, outra dose da vacina de Oxford/AstraZeneca. O vídeo foi apagado nesta terça-feira (16).

O procedimento é contrário aos protocolos de vacinação estabelecidos pelo Ministério da Saúde, fato que o próprio médico admite em sua fala no vídeo. “Veja bem, lembra que eu falei para vocês que eu tomei a CoronaVac e, por minha conta, eu tomei a da AstraZeneca. Isso não pode, tá bom? Isso não pode”, disse o Dr. Oliveira no vídeo.

Segundo a prefeitura de Assis, foi constatado de que o médico tomou as doses de laboratórios distintos num intervalo de quatro dias. A primeira, no dia 29 de janeiro, no Hospital Regional e na condição de servidor público que trabalha na linha de frente de combate à pandemia.

Já a segunda dose, da AstraZeneca, o médico conseguiu receber no dia 2 de fevereiro, como beneficiário de um convênio da cooperativa médica da qual ele é integrante e que montou um posto de vacinação para profissionais da saúde que atendem casos suspeitos na rede particular.

Na justificativa que apresentou aos internautas, o médico afirmou que adotou o procedimento irregular para avaliar informações da imprensa internacional de que a combinação de vacinas de laboratório diferentes poderia ser mais eficiente como prevenção às novas variantes do vírus.

Em visita ao centro-oeste paulista, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchtey, afirmou que o governo “não compactua com este tipo de atitude”, que contraria os protocolos de que quem toma uma determinada vacina deverá tomar a segunda dose da mesma vacina. Ele afirmou que o Ministério Público pode investigar o caso.

“Todas as irregularidades estão sendo acompanhadas de perto pelo MP para avaliar as condutas de quem deu a dose, quem recebeu, e por que isso aconteceu fora do que é preconizado pelo PNI [Plano Nacional de Imunização]. Cada dose de vacina é patrimônio público e o seu uso incorreto deve ser apurado”, disse Gorinchtey.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado informou que os municípios foram orientados quanto à correta aplicação das vacinas contra Covid-19 disponíveis até o momento, e há também orientações nas bulas. O Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Assis foi informado pelo município, que é responsável por monitorar o caso. (G1)

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