Um estudo divulgado nesta semana pela revista científica Pediatrics indica que bebês prematuros se beneficiam de um intenso contato físico com seus pais mesmo décadas depois do nascimento. A pesquisa sobre os benefícios do chamado método canguru foi realizada em Bogotá com ajuda de cientistas canadenses.
Financiado pelo governo do Canadá, o projeto analisou o desenvolvimento de 264 bebês tratados com o método canguru entre 1993 e 1996. Cerca de 20 anos depois, os jovens foram entrevistados e submetidos a provas durante três dias. Os pesquisadores constataram que eles são menos propensos a agressividade, impulsividade ou hiperatividade, têm cérebros maiores e um melhor desenvolvimento intelectual em comparação com recém-nascidos prematuros que receberam tratamento tradicional em incubadoras.
Método criado há 38 anos
Desenvolvido em 1978 pelos neonatologista colombiano Edgar Rey Sanabria, o método canguru busca incentivar o contato direto do bebê prematuro com a mãe ou o pai imediatamente após o nascimento, assim como durante a amamentação.
As crianças tratadas com esse método também apresentam menor taxa de mortalidade, dormem melhor e sofrem menos estresse do que aquelas que receberam tratamento tradicional de incubadora após o nascimento, segundo escreve a equipe liderada pela médica franco-colombiana, Nathalie Charpak, da Fundação Canguru, de Bogotá.
“No grupo que praticou o método canguru, as mães colocaram suas crianças em escolas mais cedo que o outro grupo e posteriormente, tiveram menos deserções escolares”, afirmou Charpak. Para a médica, os resultados indicam que “o método canguru parece ter um maior impacto nas famílias com menos educação e mais pobres”.
Mais saudáveis
Peter Singer, diretor da Grand Challenges Canada (GCC), organização canadense que financiou a pesquisa, destacou a importância do método em todo o mundo. “No mundo, a cada dois segundos nasce um bebê prematuro. Esse estudo demonstra que o método canguru proporciona aos bebês prematuros e de baixo peso uma maior oportunidade para prosperar. O método salva cérebros e faz com que os prematuros e bebês de baixo peso sejam mais saudáveis”, acrescentou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nascem no mundo 15 milhões de crianças prematuras por ano, ou seja, antes da 38ª semana de gravidez.
Deutsche Welle