Minha Casa Melhor acaba um ano e meio após criação

A morte prematura do programa deixa o governo bem longe de cumprir a meta de liberar R$ 18,7 bilhões nessa linha de crédito especial, com juros de 5% ao ano (Foto Ilustrativa)
A morte prematura do programa deixa o governo bem longe de cumprir a meta de liberar R$ 18,7 bilhões nessa linha de crédito especial, com juros de 5% ao ano (Foto Ilustrativa)
A morte prematura do programa deixa o governo bem longe de cumprir a meta de liberar R$ 18,7 bilhões nessa linha de crédito especial, com juros de 5% ao ano (Foto Ilustrativa)
Governo ficou bem longe de cumprir a meta de liberar R$ 18,7 bilhões com juros de 5% ao ano. Foto: Ilustrativa.

Desde o início do ano, as contratações do programa Minha Casa Melhor estavam suspensas, mas a presidente Dilma Rousseff garantiu que seriam retomadas ainda em 2015, com o lançamento da terceira etapa do Minha Casa Minha Vida. A promessa não será cumprida, pois o governo descarta voltar com o programa que dava empréstimos em condições especiais para a compra de eletrodomésticos, eletrônicos e móveis para os beneficiários do Minha Casa Minha Vida.

Faltam recursos no governo para bancar o Minha Casa Melhor, que é alvo de críticas da atual equipe econômica. A morte prematura do programa – que durou um ano e meio – deixa o governo bem longe de cumprir a meta de liberar R$ 18,7 bilhões nessa linha de crédito especial, com juros de 5% ao ano, bem abaixo das taxas de mercado. A Caixa Econômica Federal informou que as famílias que pegaram o cartão do programa usaram R$ 2,92 bilhões, ou seja, 15,6% do valor total prometido pelo governo.

“Não há, neste momento, previsão de retomada de contratações do produto”, admitiu o banco, em nota ao ser procurado pela reportagem do jornal Estadão. O periódico apurou que não existe na Caixa estudo para “ressuscitar” o produto, rejeitado pela equipe técnica do banco. Antes mesmo do lançamento, a área de risco da Caixa produziu um relatório com o alerta que o Minha Casa Melhor representava perigo à saúde financeira do banco.
O Minha Casa Melhor foi lançado em junho de 2013 como vitrine eleitoral da presidente Dilma, que buscava a reeleição. Para operá-lo, a Caixa recebeu R$ 8 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões foram direcionados para o programa – o resto foi usado para capitalizar o banco. No lançamento, o governo disse que esperava atender 3,7 milhões de famílias.

A Caixa informou que os mutuários ainda podem usar os limites disponíveis nos cartões contratados, dentro do prazo estipulado. A linha de crédito fica disponível por um ano a partir da emissão do cartão. Outro ponto ressaltado pelos críticos do programa, dentro do próprio governo, é o elevado calote. A Caixa não divulga a inadimplência – atrasos superiores há 90 dias – de linhas específicas, mas o Estadão apurou que no programa está em torno de 30%. Em linhas similares oferecidas pela rede bancária para a compra desses produtos, o calote médio não ultrapassa 10%, segundo dados do Banco Central.

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