Mulher morta por marido já havia pago fiança para ele sair da cadeia após agressão

Mulher foi morta após ser espancada pelo marido em Itamaraju (Foto: Reprodução/TV Santa Cruz)
Mulher foi morta após ser espancada pelo marido em Itamaraju (Foto: Reprodução/TV Santa Cruz)
Mulher foi morta após ser espancada pelo marido em Itamaraju (Foto: Reprodução/TV Santa Cruz)

A dona de casa Aparecida Teles de Almeida, de 47 anos, que morreu após ser espancada pelo marido no município de Itamaraju, localizado na região sul da Bahia, já havia pago fiança para ele deixar cadeia depois de tê-la agredido. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (24) pela delegada Rosângela Sousa, que investiga o caso.

Segundo a polícia, a mulher era constantemente agredida pelo companheiro há cerca de quatro anos, mas mesmo assim se recusava a registrar queixa contra ele. Familiares dela chegaram a ir na delegacia para registrar boletins de ocorrência em duas ocasiões, mas, conforme os parentes, a dona de casa sempre pedia que as queixas fossem retiradas.

“Ela pagou uma fiança para ele ser solto em 2015, depois que ele foi preso por ter agredido ela. Pagou em juízo, no fórum da cidade”, disse a delegada. O valor pago pela vítima para soltar o marido não foi divulgado. O suspeito vai responder pelo crime de feminicídio.

Crime

A agressão que resultou na morte da vítima ocorreu no dia 15 de janeiro. A mulher chegou a ser socorrida e encaminhada para uma unidade de saúde da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na segunda-feira (22), sete dias depois do crime. Ela teve traumatismo craniano e coágulos no cérebro. O homem foi preso quando foi ao hospital visitar a vítima.

Suspeito foi preso ao visitar vítima em hospital, segundo polícia (Foto: Reprodução/TV Santa Cruz)

O suspeito, o pedreiro Valdeir da Silva, de 53 anos, era casado com Aparecida há oito anos e, por conta das agressões, estava proibido pela Justiça de se proximar da vítima, como medida protetiva. Os parentes da mulher morta, no entanto, dizem que a mulher sempre voltava a conviver com o suspeito.

“Tenham coragem de denunciar casos assim, porque infelizmente quem mais sofre é a família. É muito triste a situação”, disse a sobrinha da vítima, Ana Paula Ramos.

Conforme os parentes da mulher, Valdeir foi preso depois que Aparecida contou a um médico, no hospital, ter sido agredida por ele. O homem foi localizado pela polícia na quarta-feira (17), quando foi ao hospital visitar a vítima.

“É mais um caso de feminicídio na Bahia que precisa ser esclarecido, para que outras famílias não venham a sofrer as mesmas consequências que estamos sofrendo”, destacou o cunhado de Aparecida, João Neto.

O suspeito iria responder somente por agressão e violência doméstica, mas, após a morte da vítima, ele foi denunciado por feminicídio. À polícia, o homem negou ter espancado a companheira até a morte, mas afirmou que sempre batia nela após consumir bebidas alcoólicas. A vítima deixou três filhas. “Dessa vez aí, não [bati]. Eu do jeito que estou aqui, sem álcool, eu nunca agredi, nunca. Só foi com bebida. Com bebida já aconteceu, sim”, disse o pedreiro.

O corpo da dona de casa foi velado, na segunda, no Centro de Convivência do Idoso, em Itamaraju, e enterrado, no mesmo dia, no cemitério da cidade.

Fonte: G1 Bahia

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