OAB-BA promove audiência para debater prática da vaquejada

Sessão foi marcada por posições bem divergentes sobre proibição de vaquejadas.
Sessão foi marcada por posições bem divergentes sobre proibição de vaquejadas.
Sessão foi marcada por posições bem divergentes sobre proibição de vaquejadas.
                 Sessão foi marcada por posições bem divergentes sobre proibição de vaquejadas.

A prática da vaquejada foi tema de audiência pública, nesta segunda-feira (31), no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Bahia, na Piedade, em Salvador. Um encontro marcado por bate-boca, manifestações e interrupções de quem é contra e a favor da proibição legal da atividade.

Responsável por promover a sessão, a Comissão de Defesa do Meio Ambiente da OAB-BA também debateu decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), no início do mês passado, de julgar inconstitucional uma lei cearense para regulamentar a vaquejada no estado. Na ocasião, por 6 votos a 5, o STF tornou a prática ilegal por considerar que ela impõe sofrimento aos animais, o que viola os princípios constitucionais de preservação do meio ambiente.

Autor da lei que normatiza vaquejadas e cavalgadas na Bahia – sancionada pelo governador Rui Costa em novembro do ano passado –, o deputado estadual Eduardo Salles foi um dos defensores da manutenção da atividade no estado. Entre os argumentos por ele usados estão o impacto econômico e a geração de emprego e renda pelos eventos.

Entre os que defendem a extinção dos torneios, a vereadora Ana Rita Tavares classificou a prática como violência gratuita contra os animais, em prol de interesses econômicos. Enquanto falavam, Ana Rita e outros ativistas da causa foram alvo de xingamentos pelos vaqueiros presentes no local.

Forma legal

Autor da lei que transformou as vaquejadas em Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, o também deputado estadual Adolfo Viana defendeu a prática nos moldes que classificou como “moderno”. “A vaquejada moderna é feita de forma legal, não aceita nem admite maus- -tratos, por isso ela precisa ser regulamentada e não proibida. A proibição gera, além do impacto econômico nas cidades que participam, a perda de 700 mil empregos”, pontuou Viana.

O médico veterinário Eider Leandro, um dos painelistas da audiência, enfatizou que as vaquejadas não são cruéis e não oferecem riscos à saúde dos animais. Ponderou, ainda, que a prática não pode ser comparada às “brigas de galo”. “Hoje em dia, as vaquejadas não mutilam e não levam os animais à morte. O parecer técnico que o STF julgou é de 2007, portanto, antigo. No modelo atual, nós temos proteção para a cauda do animal, e os praticantes não podem usar chicote nem espora, sob risco de punição e desclassificação”, explicou Leandro.

Conforme o veterinário, os torneios ajudam a preservar o bem-estar e sanidade do animal, por conta das avaliações médicas: “A proibição representa um retrocesso na medicina equina e bovina”.

Do portal A Tarde.

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