Os caboclos garantiram nossa liberdade

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“Nasce o sol a 2 de Julho, brilha mais que no primeiro”. Esse trecho do hino oficial da Bahia e à data celebrada hoje pelos baianos demonstra a força daquele 2 de julho de 1823, que inclusive está instituído como data histórica no calendário das efemérides nacionais desde 2012. A independência da Bahia tem papel fundamental na conquista da libertação do Brasil, até então sob o jugo português. E o povo brasileiro, representado pelas imagens da Cabocla e do Caboclo, é peça chave dessa vitória.

Apesar de ser proclamado independente em 7 de setembro de 1822 pelo príncipe regente D. Pedro I, o país continuava sob as garras de Portugal, que encontrou no Brasil a possibilidade de estender a sua soberania. Acuados no município de Cachoeira, no Recôncavo baiano, região formada em sua maioria por uma população negra, os militares conseguiram unir forças com o povo baiano, que em 3 de novembro de 1821 já havia se levantado contra o domínio dos portugueses.

Reforçadas com a chegada do exército do Rio de Janeiro, as tropas, lideradas pelo general Pedro Labatut, partiram rumo a Pirajá, em Salvador, dispostas a expulsar a tropa portuguesa, comandada pelo general Madeira de Melo, da primeira capital do Brasil. Entre os brasileiros, tem destaque a heroína Maria Quitéria, feirense que se travestiu de homem e lutou pela soberania do seu país. No percurso do interior ao litoral baianos, os homens passaram por cidades como Saubara, Santo Amaro da Purificação, São Francisco do Conde, Candeias e Simões Filho. Esse é o mesmo trajeto percorrido pelo fogo simbólico que sai de Cachoeira na pira levada por atletas. A chama representa a união dos povos que lutaram pelas independências baiana e brasileira.

Com isso, surgiu a tradição de reproduzir o caminho que a tropa libertadora fez ao entrar em Salvador e travar a última batalha na região de Cabrito, Campinas e Pirajá. O cortejo se tornou uma manifestação popular ao longo dos anos e, finalmente, em 2006, foi oficialmente reconhecido pelo Estado, através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), como um Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia.

Foto de capa: dezoitoevintetres.wordpress.com.

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