Os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich serão os primeiros a serem ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, já na próxima terça-feira (4). Os senadores votaram os requerimentos para convocação dos três ex-ministros da Saúde do governo de Jair Bolsonaro – Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello – e do atual ministro, Marcelo Queiroga.
Pazuello vai prestar depoimento na quarta-feira (5), e Queiroga na quinta-feira (6).
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, também foi chamado e deve prestar depoimento na condição de testemunha na próxima quinta-feira.
Na reunião desta quinta-feira (29), a comissão avaliou o plano apresentado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL). O presidente da comissão, senador Omar Aziz, afirmou que, seguiria a ordem cronológica, na convocação dos ministros. Já os senadores da base aliada ao governo queriam que o atual ministro fosse o primeiro.
Até o momento, o sistema do Senado indica 288 requerimentos já apresentados, entre pedidos de informação a órgãos públicos e de convocação de ministros, ex-ministros e auxiliares do governo.
O roteiro sugerido pelo vice-presidente da CPI da Covid, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), define algumas frentes de apuração.
Renan Calheiros definiu como prioridade a apuração das falhas na aquisição de vacinas pelo governo federal. Para isso, o relator da CPI da Covid solicitou processos administrativos de contratações e demais tratativas relacionadas às aquisições de vacinas e insumos pelo Ministério da Saúde.
Depois de ouvir os ministros, a CPI pretende convocar representantes da Pfizer.
A farmacêutica, em agosto do ano passado, ofereceu ao governo brasileiro 70 milhões de doses da vacina com previsão de entrega ainda em dezembro daquele ano. A oferta, porém, foi recusada.
Um dos requerimentos que deve ser votado na próxima terça-feira é a convocação do ex-secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten. Senadores governistas tentam barrar o depoimento de Wajgarten.
Em entrevista à revista “Veja”, o ex-secretário de Comunicação creditou o atraso do governo na aquisição de vacinas à “incompetência” e “ineficiência” do Ministério da Saúde, à época comandado pelo general Eduardo Pazuello