No Brasil, 28 milhões de pessoas têm algum familiar dependente químico, por conta do vício em álcool e outras drogas. O dado é do Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos, realizado pela Universidade Federal de São Paulo. Pesquisas ainda revelam que o consumo do crack tem crescido no país, principalmente entre jovens, que é um público mais vulnerável, pois está na fase de novas descobertas. Essa realidade, no entanto, pode ser revertida, se o paciente estiver disposto a mudar de vida e, principalmente, se tiver a atenção e o apoio da família para abandonar o vício.
De acordo com a assistente social e terapeuta familiar da Clínica Fênix, Maria Portugal, o papel da família é fundamental no processo de reabilitação. “Sem o apoio dos familiares, as chances de recaídas são muito maiores. Para isso, cada um precisa rever seu comportamento e atitudes, como também promover mudanças, fazendo com que as chances de recaídas de seus familiares em tratamento sejam reduzidas”, afirma a terapeuta.
O psicólogo da Clínica, Joaquim Moura, reforça a importância do diálogo, enfatizando que essa prática representa um ponto crucial entre pais e filhos. “Pais que conversam com seus filhos sobre o uso de drogas, efeitos e consequências; que acompanham o rendimento escolar, que procuram saber com quem e para onde o filho costuma sair, diminuem significativamente a possibilidade de alguma espécie de dependência”, detalha o especialista, informando que é na adolescência que se estabelecem hábitos que serão levados para a vida adulta.
Joaquim Moura ainda diz que o consumo de drogas pode ser consequência de uma série de problemas pré-existentes, como violência, falta de educação, família desestruturada, depressão e até mesmo a genética pode influenciar. Por outro lado, existem fatores de proteção, a exemplo da religião, do autocontrole, supervisão dos pais e política sobre drogas.