Pesquisa do IBGE mostra a Bahia muito longe da meta de zerar o analfabetismo

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Quando Jaques Wagner transmitiu o cargo de governador da Bahia ao também petista Rui Costa, no primeiro dia de janeiro de 2015, acreditava-se que o crônico problema do analfabetismo, que deixava tantos baianos à margem da sociedade, estava bem perto de chegar ao fim.

Pelo menos, é o que indicava a propaganda oficial. No balanço de fim de governo, a propaganda de Wagner dizia que o Todos pela Alfabetização, o Topa – criado em 2007 e anunciado sempre como o maior programa de alfabetização do Brasil, referência para todo o país – havia alfabetizado 1.280.000 jovens, adultos e idosos e ainda mantinha outros 165.000 alunos nas salas de aula. Um espanto!

Nesse ritmo, especulava-se, a Bahia cumpriria com antecedência a grande meta do Programa Nacional de Educação nessa área: erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% o analfabetismo funcional até 2024.

Mas não foi isso que aconteceu.

Ao fim da gestão de Rui Costa, um em cada dez baianos com 15 anos ou mais era incapaz de ler ou escrever um simples bilhete. Eles somavam cerca de 1,3 milhão de pessoas que têm dificuldade até mesmo para tomar um transporte público se, para isso, for necessário ler o letreiro com o destino do veículo.

A informação é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (a Pnad Contínua), cujos dados do módulo sobre educação foram divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, a taxa de analfabetismo da Bahia em 2022 ficou em 10,3%, ou seja, quase o dobro da média nacional, que foi de 5,3% e ligeiramente abaixo dos 11,7% da média nordestina. A média do Sudeste foi 2,9%.

As menores taxas foram registradas no Distrito Federal (1,9%), Rio de Janeiro (2,1%) e São Paulo e Santa Catarina (ambos com 2,2%). As maiores, no Piauí (14,8%), Alagoas (14,4%) e Paraíba (13,6%).

A Bahia ficou na incômoda 9ª posição no ranking nacional, formando no bloco dos 12 estados que sequer conseguiram atingir a meta estabelecida para 2015: baixar a taxa de analfabetismo para 6,5%. A previsão de erradicar o analfabetismo até 2024, como prevê o Plano Nacional de Educação, segue sendo um sonho, bem distante de tornar-se realidade. Infelizmente.

*José Carlos Teixeira é jornalista, graduado em comunicação social pela Universidade Federal da Bahia e pós-graduado em marketing político, mídia, comportamento eleitoral e opinião pública pela Universidade Católica do Salvador.


 

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